quinta-feira, 18 de agosto de 2011

002-05 Stride e Boogie-Woogie


Mais dois estilos pianísticos derivados do ragtime, só que, ao contrário do ragtime, que enfatizava a melodia (inclusive Scott Joplin anotava em suas partituras "Do not play fast!"), o stride ("caminhada a passos largos"), estilo de piano fortemente rítmico, com acentuada ação da mão esquerda, desenvolvido nos anos 20 surgido no início do século, no Harlem. E seu descendente, o boogie-woogie, nascido no fim dos anos 20, favoreciam sobremaneira o virtuosismo instrumental, cheio de escalas rápidas, e a capacidade de improvisação. Alguns mestres do stride eram:  James P. Johnson (1894-1955), mostrando abaixo The Mule Walk (1939),



Fats Waller (1904/1943) (tocando junto com James P. Johnson formando assim um dueto),


Jelly Roll Morton (1890/1941)


e Willie "The Lion" Smith.


O boogie-woogie é ainda mais virtuosístico e simplificado que o stride, uma forma de blues sincopada, de grande força rítmica pela ação incessante da mão esquerda,  popular nos anos 30 e 40. (Fats Waller chegou a se referir ao boogie-woogie como "24 compassos de absolutamente nada"), e seu nome vem de "bogey" (espírito) e "woogie",  nome das tábuas que unem os trilhos de uma rodovia; a marcação furiosa em semínimas do boogie-woogie lembra muito barulho de um trem. Principais nomes do Boogie-woogie:

Meade Lux Lewis,


Albert Ammons (23.09.1907-02.12.1949),


Pete Johnson, (tocando com Albert Ammons em 1944)


Jimmy Yancey (1898-1951) (música "Bugle Call")


e Pinetop Smith.



O que não falta são pianistas de jazz discípulos do stride, como Duke Ellington e Oscar Peterson, nem roqueiros fãs do boogie-woogie, começando por, é claro, Jerry Lee Lewis.


E dá para imaginar discos de Chuck Berry e dos Stones sem o tilintar dos pianos de, respectivamente, Johnny Johnson e Ian Stewart? Aliás, para fazer boogie no rock nem precisa ser pianista; basta lembrar os "Guitar Boogie" de Arthur Smith e Chuck Berry, além da paródia de Jeff Beck ("Jeff's Boogie") (tocando com Stevie Ray Vaughan "Jeff's Boogie" em Honolulu)


e do estilo pop-boogie de grupos como o americano Canned Heat (que até gravou um LP chamado Boogie With Canned Heat) e os ingleses Status Quo e T. Rex. Nem precisaríamos falar do Led Zeppelin tentando tocar "Boogie Mama" ao vivo.


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