Descobertos e colonizados pela velha Inglaterra, os EUA não poderiam deixar de ser influenciados por sua cultura, mesmo depois de independentes e com identidade e cultura próprias.
No início do século XX, terminada a era vitoriana, a Inglaterra era um país começando a descansar de sua antiga atividade e missão na vida de conquistar o mundo inteiro, porém sempre mantendo a fama de povo excêntrico, fleumático e ordeiro.
Afinal, já diz o provérbio, bastam dois ingleses para formarem uma fila. um paradoxo interessante é ser a Inglaterra um dos países que mais insistem em manter a distinção de classes sociais, mas nada impedir um cidadão inglês esforçado (ou não) de passar de uma classe social para outra. E, ao contrário dos jovens e moleques norte-americanos, a Inglaterra tem uma cultura milenar, além de ser democrática o bastante para que essa cultura possa fluir por todas as classes sociais. Músicos populares ingleses geralmente acabam tentados a "dignificar" sua obra, enquanto os eruditos não costumam se opor a autorizar ou mesmo fazer adaptações mais acessíveis de suas composições (além de buscarem inspiração na música popular). E nada impede que uma parte mostre seu "humour" inglês e parodie impiedosamente a outra, apesar da fama de nação mais polida do universo, sempre dizendo "sorry" e "oh-dear".
Mais para a metade do século XX, a Inglaterra ainda era a campeã da inovação (inclusive, os grandes musicais norte-americanos vinham de Londres até cerca de 1920, quando compositores ianques como George M. Cohan e Cole Porter aprenderam a técnica), mas economicamente, o país era apenas o "50º Estado norte-americano". Combalida pelas duas guerras mundiais - como, aliás, quase toda a Europa -, a Inglaterra acabou se beneficiando com o Plano Marshall americano de ajuda financeira. E, em função dessa debilidade econômica, o mundo só poderia vir a saber de suas inovações musicais se filtradas e divulgadas através dos poderosos EUA - o que, aliás, acontece até hoje.
Mas, artisticamente, os britânicos continuavam imbatíveis.
Muitas das canções de maior sucesso na primeira metade século eram de compositores ingleses, como "These Foolish Things",
"If I Had You" (1929) Rudy Vallee,
"Roses Of Picardy".
Não é por só disporem de uma única emissora de rádio e TV, ou por terem que esperar até 1952 para terem sua parada de sucessos, que os ingleses deixariam de influenciar os norte-americanos, ainda que sutilmente. Além dos ídolos de apelo exclusivamente doméstico, como o cantor e humorista George Formby (1904/1961) ("Our Sgt. Major" on his uke-banjo),
havia aqueles que conseguiam acontecer, ainda que pouco, nos EUA, como a cantora Gracie Fields (1898/1979), cujo hit "Sally" foi regravado por Paul McCartney em 1991,
e que emplacou "Now Is The Hour" nos primeiros lugares ianques em 1948,
e Vera Lynn (nasc. 1919), que chegou a cantar para animar as tropas durante a II Guerra e a ser a primeira cantora inglesa a chegar ao primeiro lugar nos EUA (com "Auf Wiedersahn, Sweetheart" em 1952)
- mas "We'll Meet Again", um de seus grandes sucessos nos EUA e Inglaterra,
chegou a ser regravada já nos anos 60 pelos Byrds
e Turtles, como uma homenagem meio gozativa à geração anterior.
No início do século XX, terminada a era vitoriana, a Inglaterra era um país começando a descansar de sua antiga atividade e missão na vida de conquistar o mundo inteiro, porém sempre mantendo a fama de povo excêntrico, fleumático e ordeiro.
Afinal, já diz o provérbio, bastam dois ingleses para formarem uma fila. um paradoxo interessante é ser a Inglaterra um dos países que mais insistem em manter a distinção de classes sociais, mas nada impedir um cidadão inglês esforçado (ou não) de passar de uma classe social para outra. E, ao contrário dos jovens e moleques norte-americanos, a Inglaterra tem uma cultura milenar, além de ser democrática o bastante para que essa cultura possa fluir por todas as classes sociais. Músicos populares ingleses geralmente acabam tentados a "dignificar" sua obra, enquanto os eruditos não costumam se opor a autorizar ou mesmo fazer adaptações mais acessíveis de suas composições (além de buscarem inspiração na música popular). E nada impede que uma parte mostre seu "humour" inglês e parodie impiedosamente a outra, apesar da fama de nação mais polida do universo, sempre dizendo "sorry" e "oh-dear".
Mais para a metade do século XX, a Inglaterra ainda era a campeã da inovação (inclusive, os grandes musicais norte-americanos vinham de Londres até cerca de 1920, quando compositores ianques como George M. Cohan e Cole Porter aprenderam a técnica), mas economicamente, o país era apenas o "50º Estado norte-americano". Combalida pelas duas guerras mundiais - como, aliás, quase toda a Europa -, a Inglaterra acabou se beneficiando com o Plano Marshall americano de ajuda financeira. E, em função dessa debilidade econômica, o mundo só poderia vir a saber de suas inovações musicais se filtradas e divulgadas através dos poderosos EUA - o que, aliás, acontece até hoje.
Mas, artisticamente, os britânicos continuavam imbatíveis.
Muitas das canções de maior sucesso na primeira metade século eram de compositores ingleses, como "These Foolish Things",
"If I Had You" (1929) Rudy Vallee,
"Roses Of Picardy".
Não é por só disporem de uma única emissora de rádio e TV, ou por terem que esperar até 1952 para terem sua parada de sucessos, que os ingleses deixariam de influenciar os norte-americanos, ainda que sutilmente. Além dos ídolos de apelo exclusivamente doméstico, como o cantor e humorista George Formby (1904/1961) ("Our Sgt. Major" on his uke-banjo),
havia aqueles que conseguiam acontecer, ainda que pouco, nos EUA, como a cantora Gracie Fields (1898/1979), cujo hit "Sally" foi regravado por Paul McCartney em 1991,
e que emplacou "Now Is The Hour" nos primeiros lugares ianques em 1948,
e Vera Lynn (nasc. 1919), que chegou a cantar para animar as tropas durante a II Guerra e a ser a primeira cantora inglesa a chegar ao primeiro lugar nos EUA (com "Auf Wiedersahn, Sweetheart" em 1952)
- mas "We'll Meet Again", um de seus grandes sucessos nos EUA e Inglaterra,
chegou a ser regravada já nos anos 60 pelos Byrds
e Turtles, como uma homenagem meio gozativa à geração anterior.
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