segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Zé Keti




Neto de flautista e filho de tocador de cavaquinho, suburbano típico do Rio de Janeiro, onde nasceu a 06/10/1921 e morreu a 14/11/1999, José Flores de Jesus foi um respeitado compositor, reinando em Madureira, na sua Portela e no Brasil inteiro. Seu trabalho influenciou toda uma geração de sambistas e isso jamais negaram - pelo contrário, tem orgulho - parceiros como Paulinho da Viola e Elton Medeiros. Chamado de Zé Quietinho por sua mãe, virou Zé Keti autor de inúmeros sucessos, definitivos na história da MPB. É do grupo que se apresentava no restaurante Zicartola, decisivo para a retomada do samba em 1960, atividade paralela com a que realizava na Ala de Compositores da E. S. Portela. Além da belíssima marcha-rancho Máscara Negra, são dele sambas de antologia, como A Voz do Morro, Acender as Velas, Malvadeza Durão, Mascarada, Diz Que Fui Por Aí, Jaqueira da Portela, Opinião, As Moças do Meu Tempo, Nega Dina e tantos mais.



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Encarte - MPB Compositores
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Edição de 2002
Editora Globo S.A.


Wilson Batista




O típico compositor popular carioca, embora tivesse nascido em 03/07/1913, na cidade fluminense de Campos. Até sua morte, no Rio de Janeiro em 07/07/1968, o Cabo Wilson, como o chamavam, assinou centenas de composições, com os mais variados parceiros, mas todas elas com o tempero e o sabor naturais em seus sambas.

Passeava por todos os gêneros, do social (O Bonde São Januário, Pedreiro Waldemar e Chico Brito), o romântico (Dolores Sierra e Louco), o satírico (Acertei no Milhar, Balzaquiana e Oh, Seo Oscar), o guerreiro (na famosa polêmica com Noel Rosa, como Frankstein da Vila), ao esportivo (os muitos sambas para o Flamengo). Uma caixa de fósforo e um pedaço de papel era tudo que Wilson precisava para compor um samba. Ganhou muito dinheiro, gastou tudo, era amado e odiado por muitos. O certo é que um samba de Wilson Batista será referência para sempre.



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Vinicius de Moraes




Poeta e diplomata. Durante Algum tempo assim se apresentava Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes, o "poetinha" Vinicius de Moraes. Reconhecido como o grande letrista da bossa nova, seu parceiro mais famoso foi Tom Jobim, mas ele jamais se recusou a compor com os jovens, tendo trabalhado com nomes como os de Edu Lobo, Baden Powell, Carlos Lyra, Toquinho, entre tantos em início de carreira. Abandonou a diplomacia e assumiu definitivamente suas facetas de compositor e sedutor. Amava as mulheres com a mesma facilidade com que fazia poesia e letras de canções. Bastaria Garota de Ipanema para consagrá-lo mundialmente, mas fez centenas de composições. Apenas como exemplo: Apelo, Arrastão, Berimbau, Bom Dia Tristeza, Se Todos Fossem Iguais a Você, Tarde em Itapoã, Minha Namorada, Serenata do Adeus, Chega de Saudade, Eu Sei Que Vou Te Amar, Gente Humilde, Saravá, um pequeno exemplo. Nasceu e morreu no Rio de Janeiro (19/10/1913 e 09/07/1980).



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Toquinho




A partir de seu aprendizado de violão com Paulinho Nogueira, o compositor, cantor e instrumentista Toquinho (Antônio Pecci Filho, nascido em São Paulo a 06/07/1947) embasou uma importante carreira musical. Da mesma geração de Chico Buarque de Hollanda, de quem se fez amigo na adolescência, dividiu com ele o começo de carreira e as vicissitudes de um exílio a Itália, quando da Revolução de 1964. Chico foi morar em Roma e chamou Toquinho para com ele fazer shows de sobrevivência.

O violonista sempre gostou de gênios a seu lado e foi o último grande parceiro de Vinicius de Moraes. Seu estilo de se apresentar nos shows, aliado à bela estampa, faz dele um dos favoritos do público feminino. Os destaques na sua carreira são as canções Regra Três, Na Boca da Noite, Tarde em Itapoã, Aquarela, Que Maravilha, A Tonga da Mironga do Kabuletê, entre tantas outras.



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Tom Jobim




Outro gigante da MPB, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom, nasceu no Rio, em 25/01/1927 (morreu em Nova Iorque, em 08/12/1994), onde começou sua carreira. Famoso pela beleza física, fazia sucesso como pianista da noite. Sua carreira ganhou impulso influenciada por grandes parceiros como Newton Mendonça (Incerteza e Foi A Noite) e Billy Blanco (Teresa da Praia e Sinfonia do Rio de Janeiro).

Chamado por Vinícius de Moraes para musicar peça teatral Orfeu do Carnaval, nasce grande parceria, que marcou no cenário mundial a música brasileira. Desde A Felicidade até Garota de Ipanema a dupla só produziu genialidades. Reconhecido como músico e autor até por Frank Sinatra, só teve jóias em seu acervo musical e poético, criado solo ou em grandes parcerias com Chico Buarque, Edu Lobo, Paulo Cesar Pinheiro, Paulo Soledade, Dolores Duran e até Fernando Pessoa, de quem musicou O Rio da Minha Aldeia.



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Rita Lee




Em 1947 (31/12) nasceu uma guerreira na Vila Mariana, em São Paulo. E sua doce guerra é no Brasil, para a felicidade das mulheres da segunda metade do século 20, que tiveram em Rita Lee Jones (Lee explica tudo: homenagem ao general sulista Robert Jones, da Guerra da Secessão) a porta-voz musical das gerações que marcaram a liberdade feminina. Uma alegre, bela e extrovertida cantora dos direitos femininos à entrega, ao prazer, à vida.

Da quase ingênua Mutante, à irreverente cantora, compositora, instrumentista, passando pela musa do rock, converteu-se, com o marido Roberto de Carvalho na bandeira da alegria de viver, cantada nas músicas que compuseram, sucessos definitivos. Lança-Perfume, Mania de Você, Cor de Rosa Choque, mostravam porque ela se proclamava com razão: "Eu sei que sou, bonita e gostosa..." e liderava sua geração. Talentosa, antenada, seu humor fica patente em seus shows, A Marca da Zorra, por exemplo, e na banda atual, a Talebanda.



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Raul Seixas




Viver. Rápida e intensamente. Enquanto fosse possível. Mas embriagar-se de vida. Sempre. A primeira metade do século 20 chegava ao fim em 1945, quando em Salvador da Bahia nasceu Raul Seixas. Destinado a se impregnar de rock and roll e ser roqueiro na vida, obedecendo às ordens de um anjo. Um anjo roqueiro, que passou como um relâmpago, mas cuja luz rápida e intensa foi ofuscante, imensa, marcando uma trajetória sideral até sua morte em 1989, aos 44 anos, em São Paulo. Pouquíssimo tempo. Mas o suficiente para marcar sua geração com composições inesquecíveis como a primeira delas Ouro de Tolo, de 1973, que trouxe ainda Mosca na Sopa e Al Capone. Dez Mil Anos Atrás é de 1976, Maluco Beleza de 1977 e o cantadíssimo Rock das "Aranha" de 1980. Saúde frágil e o maior desprezo por ela o levaram em 89, quando ainda havia muito por fazer e viver. Além do muito que foi feito e vivido em tão pouco tempo.



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Pixinguinha




Saudado como um dos maiores instrumentistas brasileiros de todos os tempos, Alfredo da Rocha Viana Filho nasceu (23/04/1897) e morreu (17/02/1973) no Rio de Janeiro. Sua flauta, comandando o conjunto Os Oito Batutas, fez tremendo sucesso em Paris em 1919, o que não abalou sua calma tradicional. De volta ao Brasil, assumiu-se como o maestro que criaria a escola brasileira de arranjadores, até então dominado pelo gongórico estilo italiano e como o compositor mais emblemático da MPB.

É o criador da melodia tida por muitos como a mais bonita feita no Brasil, o choro Carinhoso, que depois recebeu letra de João de Barro. Com o avançar da idade trocou a flauta pelo saxofone, contraponteando com o mesmo virtuosismo.

Seus choros pernalíssimos são para sempre uma escola de compor e executar. Destaque para Vou Vivendo, Lamento, 1 x 0, Sofres Porque Queres, Ingênuo e a valsa Rosa.



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Paulinho da Viola




Mais um fruto da esplendorosa geração surgida nos festivais de música da TV Record de São Paulo, na segunda metade dos anos 60 (venceu um deles, em 1969, com Sinal Fechado) o carioca Paulo César Batista de Faria, nasceu (12/11/1942) cercado pela música. Seu pai, exímio violonista ainda toca no conjunto Época de Ouro, criado por Jacó do Bandolim. Paulinho da Viola menino comparecia aos ensaios e bebeu daí sua formação de "chorão", que viria se somar ao sambista formado por bambas como Zé Keti, Cartola, Elton Medeiros e toda a Ala de Compositores de sua Escola de Samba, a Portela.

Surgiu profissionalmente no musical Rosa de Ouro e lapidou estilo na linha de Cartola, seguindo o mestre na elegância pessoal e musical. Tido como o grande sambista de sua geração, é autor de clássicos como Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida, Catorze Anos, Arvoredo, Coisas do Mundo Minha Nega, Guardei Minha Viola, Minhas Madrugadas, No Pagode do Vavá, entre centenas.



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Noel Rosa




Noel de Medeiros Rosa é um divisor de águas. O compositor que colocou seu bairro, a Vila Isabel, no mapa da MPB, em menos de 30 anos de vida, deixou claro que a música popular deve ser examinada até ele e depois dele.

De família classe média, chegou a ser universitário, mas nenhum diploma de boêmio foi mais competente. Improvisador emérito, poeta comovente, garimpava seus sambas, românticos, mordazes, satíricos, em qualquer terreno. Tudo o inspirava, o amor (em que sempre foi mal-sucedido), a política, os costumes, a vida. Morreu aos 26 anos (04/05/1937) na sua Vila Isabel, onde nasceu (11/12/1910), deixando 230 composições assinadas (e um sem-número, perdidas ou vendidas), a maior parte antológicas. São dele clássicos como Com Que Roupa?, Conversa de Botequim, Feitio de Oração, Pierro Apaixonado, Pra Que Mentir?, Três Apitos, Palpite Infeliz e, entre tantas outras, a joia mais valiosa, o samba Feitiço da Vila.



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Nelson Cavaquinho




O "Profeta", Nelson Cavaquinho tinha horror à morte. Contam que um dia sonhou que ia morrer às três horas da madrugada. Plantou sob o relógio. Às quinze para as três não teve dúvidas: atrasou o relógio duas horas...

Boêmio, rei dos botequins cariocas, quando o álcool agia, simplesmente molhava a cabeleira branca e se refazia, recomeçando tudo. O que não impedia, pelo contrário o inspirava, a criar obras definitivas na MPB. Nelson Antonio da Silva fez do Rio, onde nasceu (18/10/1910) e morreu (18/02/1986), o cenário de sua vida já cantada em prosa e verso. De cavalariano da polícia a pintor de paredes, criou histórias que fizeram dele um mito. Divide com seu amigo Cartola os méritos de ser o maior compositor de Mangueira.

Em qualquer antologia da MPB, serão obrigatórios sambas seus. Como Folhas Secas, Pranto de Poeta, A Flor e o Espinho, Degraus da Vida, Luz Negra, Notícia, Quando Eu Me Chamar Saudade, Dona Carola, Nome Sagrado.



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Moraes Moreira




A inenarrável festa de rua que é o carnaval de Salvador, na Bahia, surgiu graças a dois fatores básicos: O Trio Elétrico de Dodô e Osmar e o cantor que de cima do caminhão animava os primeiros seguidores dos trios que virariam símbolos do carnaval baiano: Moraes Moreira. Cantor, compositor e instrumentista, Moraes já havia criado (com Paulinho Boca de Cantor e Luís Galvão) o grupo Novos Baianos, cujo trabalho o Brasil já conhecia.

Antônio Carlos Moreira Pires, nascido na baiana Ituaçu (08/07/1947), passou da sanfona para a guitarra, seduzido pela onda de rock and roll de sua adolescência, incendiando o carnaval baiano durante anos. O seu Pombo Correio foi das músicas mais tocadas no final da década de 70, o mesmo acontecendo com Festa do Interior em 1982, sucesso absoluto na voz de Gal Costa. Citações obrigatórias de seu trabalho são Acabou Chorare, É Ferro na Boneca, Besta é Tu, Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, Preta Pretinha.



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Milton Nascimento




Nasceu no Rio de Janeiro em 26/10/1942, mas foi criado em Minas Gerais, na cidade de Três Pontas, de onde a sua mineirice. Julgado por músicos e intérpretes o melhor cantor brasileiro, Milton é compositor da mesma grandeza. Sua base artística foi iniciada como crooner e disc jockey em sua cidade, ao lado de Wagner Tiso.

Fez amizade com Fernando Brandt e Lô Borges, o embrião do Clube da Esquina, com talentos que se destacaram em sua geração. Elis Regina, ao gravar sua Canção do Sal abriu-lhe as portas e, no II Festival Internacional da Canção, consagrou-se em definitivo com Travessia.

Consolida a carreira de cantor e compositor, sendo dos que mais se apresenta - com sucesso - no exterior. Coração de Estudante, Maria Maria, Morro Velho, Ponta de Areia, Aqui É o País do Futebol, Canção da América estão entre seus mais conhecidos sucessos.



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Martinho da Vila




O sargento do Exército Brasileiro Martinho José Ferreira começou a ser notado como compositor e intérprete na Feira de Música Popular Brasileira, na extinta TV Tupi. Descoberto pela mídia, abandonava a farda para se transformar definitivamente em Martinho da Vila, ícone do bairro de Noel Rosa. Fluminense da cidade de Duas Barras (12/01/1938), lá aprendeu os ritmos rurais de que tanto gosta, como o calango e o jongo. Dono de um estilo particular de compor e interpretar, seus sambas são reconhecidos aos primeiros acordes. A ele, a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel deve gloriosos momentos, desfilando com sambas-enredo de sua autoria, Iaiá do Cais Dourado (1969), Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade (1972), Sonho de Um Sonho (1980) e Kizomba, Festa da Raça (1988). Seus sambas de "meio-de-ano" o consagraram. Pequeno Burguês, Canta Canta Minha Gente, Casa de Bamba, Pra Que Dinheiro?, Meu Pãozinho de Açúcar, entre tantos outros.



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Lupicínio Rodrigues




Todo papo de música desembarca em Lupicínio Rodrigues. Adeptos de todos os gêneros e ritmos se rendem ao talento do compositor gaúcho que nasceu em Porto Alegre a 16/09/1914 e morreu em 27/08/1974, e à sua maneira personalíssima de fazer música. Tido e havido como criador do gênero chamado "dor-de-cotovelo", ninguém como ele cantou amores perdidos, dores de sentimentos, saudade de tempos felizes entre amantes.

Voz pequena, presença tímida para mostrar suas composições, encontrou na voz de Jamelão o intérprete perfeito de suas músicas e poesias. Famoso por seus amores, nunca abandonou sua cidade, conseguindo fazer sucesso nacional sem deixar Porto Alegre. De sambas como Se Acaso Você Chegasse à Cadeira Vazia, passando por obras de gênio como Ela Disse-me Assim, Nervos de Aço, Aves Daninhas, Cigano, Esses Moços e até o Hino Oficial do Grêmio Porto alegrense, criou a moldura de um dos maiores compositores brasileiros.



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Luiz Melodia




O "Melodia" ele herdou do pai, um sambista do Estácio de Sá, reduto de bambas carioca, chamado por Osvaldo Melodia. Na verdade seu nome é Luiz Carlos dos Santos, nascido a 07/01/1951, no Rio de Janeiro, no mesmo bairro do Estácio. Iniciou-se profissionalmente em 1972, já com um grande sucesso, Pérola Negra, gravado por Gal Costa e cantado pelo Brasil inteiro, Maria Betânia seguiu o faro da amiga e naquele mesmo ano gravou Estácio, Holly Estácio, consolidando sua carreira de compositor e dando oportunidade para que ele gravasse seu primeiro disco como cantor, em 1973.

Os sucessos se acumularam - Juventude Transviada foi uma loucura - e Melô (como chamam-lhe os amigos) virou ídolo definitivo. os ritmos saltam ecléticos dos discos, indo do baião ao jazz. Podem exemplificar muito bem o seu trabalho os sucessos Ébano, O Morro Não Engana, Maravilhas Contemporâneas, Tô no Rio de Janeiro, Dores de Amores.



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Luiz Gonzaga




Luiz "Lua" Gonzaga é o mais acabado exemplo do artista do povo que alcançou sucesso profissional. Batalhou mais da metade da vida para tanto. Pernambucano de Exu, nasceu a 13/12/1912. Filho de sanfoneiro de forró, cedo dominava o instrumento. Tanto que, fugiu de casa e foi viver dele. Alistou-se no Exército, de onde deu baixa em 1939, já no Rio de Janeiro e a sobrevivência era garantida tocando em botequins e cabarés da zona boêmia.

A chance surgiu no famoso programa de calouros de Ary Barroso, a partir do qual passou a participar de programas em várias rádios. A princípio como acompanhador, solista instrumental e finalmente cantor, tornou-se o Rei do Baião, consagrado em todo o país, lançando o ritmo, popular no Nordeste, mas até então desconhecido no Sul. Gravou centenas de músicas, mas seu carro-chefe era Asa Branca. Além dela, Assum Preto, Que Nem Jiló, Xanduzinha, Paraíba, Riacho do Navio, Xamego e, o pai de todas, Baião.



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João Bosco




Mais um doutor cujo diploma foi roubado pela música popular brasileira. A família de João Bosco de Freitas Mucci fazia gosto que ele deixasse Ponte Nova, onde nasceu a 13/07/1946, para formar-se engenheiro. Ficou em Minas Gerais mesmo, foi estudar em Ouro Preto. Continuou a fazer música como amador, até que por lá apareceu Vinicius de Moraes. Foi ele a sereia que cantou em seu ouvido, levando-o a mudar-se para o Rio, onde tornou-se parceiro do letrista Aldir Blanc, formando uma dupla de rara importância na música popular.

Foi dele com Aldir (1972) a Bala Com Bala, primeira música que Elis Regina gravou da dupla, mostrando ao Brasil uma nova maneira de fazer música. Como que apadrinhados pela cantora, seguiram-se O Mestre-sala dos Mares, "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", Caça à Raposa, O Bêbado e o Equilibrista, entre outros sucessos. Consolidando carreira solo, João Bosco é dos artistas brasileiros mais requisitados pelo exterior, onde se apresenta só com violão, arrebatando plateias.



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Ivan Lins




O carioca (16/06/1945) Ivan Guimarães Lins formou-se em química industrial, mas o seu piano autodidata foi quem o encaminhou na vida. Para tocar jazz e bossa nova aprendeu piano de ouvido e passou a compor nele. Participou, em sua estréia, do Festival Universitário da TV Tupi (1968), sendo finalista com Até Amanhecer. Foi quando Elis Regina gravou Madalena, tornando-o conhecido nacionalmente. Dois anos depois era finalista do V Festival Internacional da Canção com O Amor é o Meu País. Já era parceiro de Vitor Martins, com quem fez Somos Todos Iguais Esta Noite e Começar de Novo, quando faz sucesso nos Estados Unidos e suas composições são gravadas por cantoras como Ella Fitzgerald e Sarah Vaughn.

Criou sua própria gravadora, a Velas, com Vitor Martins, destinada a dedicar-se à música popular brasileira. É justo destacar entre suas composições Vitoriosa, Desesperar Jamais, Bandeira do Divino e Lua Soberana.



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Herivelto Martins



Outro nome a quem a música popular brasileira deve todas as homenagens. Herivelto (de Oliveira) Martins compôs muito e com enorme qualidade. Centenas de músicas, desde o início da carreira em Barra do Piraí, em 1921, aos nove anos. Herivelto nasceu em Eng. Paulo de Frontin em 30/01/1912 e morreu no Rio de Janeiro em 17/09/1992. E a música sempre regeu sua vida, cantando solo a frente de seu conjunto Escola de Samba, como fundador e integrante do Trio de Ouro, marido da cantora Dalva de Oliveira e pai de Peri Ribeiro, também consagrado cantor.

Compositor dos mais gravados no século 20, destacam-se na sua obra títulos como Caminhemos, Ave Maria no Morro, A Lapa, Segredo, Praça Onze, Que Rei Sou Eu?, Cabelos Brancos, A Bahia Te Espera e até tangos, como Hoje Quem Paga Sou Eu e Carlos Gardel, este em homenagem ao maior cantor argentino, por ocasião de sua morte.



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Guilherme Arantes




O compositor paulista Guilherme Arantes, nasceu em São Paulo, a 28/07/1953 e ainda criança fez a primeira música no cavaquinho do pai. Foi em São Paulo que começou sua carreira artística, ao gravar um disco, em 1974, integrando um conjunto chamado Moto Perpétuo, do qual era tecladista.

Envereda então seriamente pela composição, ocupando um espaço até aquele momento vago. Meu Mundo E Nada Mais, composição feita em 1976, é descoberta pela TV Globo, que faz dela tema da novela Anjo Mau, assegurando o sucesso. Seguem-se Planeta Água (1980), Lindo Balão Azul (1982), Cheia de Charme (1985), Coisas do Brasil (1986), enquanto grandes vozes - Caetano Veloso, o conjunto MPB-4, Maria Betânia, Leila Pinheiro, Disputam suas composições. Destaque entre elas para Deixa Chover, Amanhã, Aprendendo a Jogar, Sol do Meio-Dia, A Cidade E A Neblina, Aconteceu Você, entre tantas outras.



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Gonzaguinha




Fisicamente nada tinha a ver com o pai, o velho Luiz Gonzaga, que virou Gonzagão após o filho consagrar-se como Gonzaguinha. Nascido no Rio de Janeiro em 22/09/1945, foi criado no Morro de São Carlos por um padrinho, já que não havia casamento formal entre seus pais. Magro, espigado e introvertido, Luís Gonzaga do Nascimento Júnior, aprendeu violão com o pai adotivo. Foi no meio universitário que sua carreira artística começou. Estreou, em 1968, no I Festival Universitário de Música Popular. No ano seguinte foi o vencedor e participou do MAU, o Movimento Artístico Universitário que revelou toda uma geração musical. Dono de estilo de muita personalidade, ao longo de sua carreira (curta, pois morreu de acidente na estrada em 30/04/1991) criou sucessos como E Vamos Á Luta e Ponto de Interrogação - Começaria Tudo Outra Vez, Cavaleiro Solitário, Não Dá Mais Pra Segurar - Explode Coração, O Que É O Que É, Grito de Alerta, entre tantas outras.



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Gilberto Gil




O administrador de empresas Gilberto Passos Gil Moreira, é responsável - ao lado de Caetano Emanuel Viana Telles Veloso e Antônio José Santana Martins, o Tom Zé - por uma revolução na música popular brasileira. Gilberto Gil, baiano de Salvador, onde nasceu em 29/06/1942, Caetano Veloso e Tom Zé foram os generais do Tropicalismo, movimento que sucedeu a Bossa Nova no final dos anos 60.

Exímio guitarrista, Gil já tinha renome em sua cidade, quando se transferiu para o Sul, iniciando carreira como parte da riquíssima safra musical aparecida nos Festivais de MPB da TV Record de São Paulo. O grande sucesso foi Domingo no Parque, que veio se juntar a Roda, Procissão, Tempo de Guerra e Louvação. Fez também Rancho da Rosa Encarnada, Divino Maravilhoso e Aquele Abraço, este uma espécie de despedida do país, ao partir para auto-exílio em Londres, ao lado de Caetano Veloso. No retorno retomou a carreira e segue sendo uma referência, um dos mais importantes compositores da atualidade.



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Geraldo Vandré




Geraldo Vandré foi uma bandeira. Símbolo musical da resistência ao estado político de coisas que tomou conta do Brasil após a Revolução de 1964. Nascido na Paraíba (João Pessoa, 12/09/1935), Geraldo Pedrosa de Araújo Dias - o Vandré é abreviatura do nome paterno José Vandregísilo -, desde cedo liberou seu lado político. Parceiro de Carlos Lira no Centro Popular de Cultura, na União Nacional dos Estudantes, já no Rio de Janeiro, com quem fez Quem Quiser Encontrar o Amor, optou pela composição desistindo de cantar, embora no futuro apresentasse seus trabalhos.

Começa a ser notado depois de vencer o Festival da TV Excelsior, no Guarujá, com a sua (e de Fernando Lona) Porta-Estandarte, iniciando sua pregação musical pelo país. Suas canções de protesto valeram-lhe prisões, exílio e o encerramento prematuro da carreira. Destaque para Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, Disparada, Fica Mal Com Deus, Ventania, O Plantador.



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Geraldo Pereira




Mais um mangueirense e mais um compositor a provar que não é obrigatório nascer no Rio de Janeiro para fazer samba da melhor qualidade. Geraldo Teodoro Pereira nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a 23/04/1918 e morreu em circunstâncias não esclarecidas, no Rio, em 08/05/1955. Alto, bonito e simpático, viveu cercado de mulheres e para elas compôs a maioria de seus grandes sambas. Explorava como ninguém o gênero sincopado e suas composições são identificadas já aos primeiros acordes.

Usava sua vida, seus amores e companheiros de morro e de gafieiras como temas e inspirações para seus sambas, sucessos como Escurinha (e na sequência, o Escurinho), Falsa Baiana, Pisei Num Despacho, Acertei no Milhar, Sem Compromisso, Bolinha de Papel, Que Samba Bom. Morreu depois de uma briga na Lapa, com o marginal Madame Satá, que jamais assumiu a responsabilidade pelos golpes que causaram a morte.



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Edu Lobo




Outro exemplo da hereditariedade, na música popular brasileira é Eduardo de Góis Lobo. Carioca nascido a 29/08/1943, filho de pai pernambucano, o também excelente compositor Fernando Lobo, Edu teve sua formação musical entre o Rio de Janeiro e o Recife, onde passava suas férias. Sempre foi estudioso, começando pelo acordeom, mas escolhendo o violão em definitivo, após aulas e influência de outro compositor, Téo de Barros.

Começou bem a carreira, fazendo parceria com o já consagrado Vinicius de Moraes (em Só Me Fez Bem), integrando a geração dos Festivais de São Paulo, onde se destacou com Arrastão (ganhadora no Festival da Excelsior, no Guarujá), Memórias de Marta Saré e Ponteio (vencedora do III FMPB em 1967). Parceiro de Chico Buarque, Capinam, Ruy Guerra, entre outros, é necessário citar composições suas como Upa Neguinho, O Circo Místico, Aleluia, Candeias, Pra Dizer Adeus, Reza, Zambi, Choro Bandido, Corrida de Jangada, etc.



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Dorival Caymmi




Não há Bahia sem Caymmi. Todo o trabalho, a enorme bagagem de outros baianos como Caetano Veloso, Assis Valente, Gilberto Gil, Maria Betânia, Tom Zé e as estrelas do chamado axé music têm que se curvar e render homenagem ao mais - e maior - baiano de todos eles, o praieiro e solar Dorival Caymmi.

Tocador de violão desde menino, Caymmi nasceu em Salvador em 30/04/1914 e criou-se entre suas ladeiras e solares, até aportar no Rio de Janeiro em 1938, já levando na bagagem canções que seriam clássicas como Vatapá e O Que É Que a Baiana Tem? Conheceu a cantora Stela Maris (Adelaide Tostes), com quem casaria e teria os filhos Nana, Dori e Danilo. Famoso pelo cuidado com que compõe, tem repertório pequeno mas preciosíssimo. Além das citadas, pode-se garimpar coisas como O Mar, Dora, Oração À Mãe Menininha, É Doce Morrer no Mar, Maracangalha, O Samba da Minha Terra, Rosa Morena, Requebre Que Eu Dou Um Doce, entre tantas outras da melhor qualidade.



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Dominguinhos




Seu ídolo é Luiz Gonzaga e não sem razão. José Domingos de Morais, mal saído das fraldas, tocava com os irmão na porta dos hotéis e nas feiras da pernambucana Garanhuns, sua cidade, onde nasceu em 12/02/1941, quando foi ouvido pelo Gonzagão. Luiz se encantou com o menino de menos de 10 anos e disse para procurá-lo no Rio de Janeiro. Mudando para lá com a família, procurou o Lua, que lhe presenteou com uma sanfona, abrindo-lhe definitivamente as portas, proporcionando-lhe a oportunidade de se tornar um dos maiores sanfoneiros brasileiros de todos os tempos.

De certa forma Dominguinhos sucedeu Luiz Gonzaga, mantendo acesa a chama do velho sanfoneiro, caminhando pela mesma estrada. Não só exímio executante do instrumento, mas também inspirado compositor, assina obras como De Volta Ao Aconchego, Só Quero Um Xodó, Abri a Porta, Canta Luiz, Lamento Sertanejo, Gostoso Demais, Tantas Palavras (com Chico Buarque).



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Encarte - MPB Compositores
Galeria de Estrelas
Edição de 2002
Editora Globo S.A.


Dolores Duran




Não se pode dizer que Dolores Duran (Adiléia Silva da Rocha) tenha sido a pioneira absoluta entre as compositoras populares do Brasil, pois antes dela houve Chiquinha Gonzaga. Mas que em sua geração, Dolores nasceu no Rio de Janeiro em 07/06/1930, foi absoluta, é incontestável.

Cantora e compositora, era uma mulher noturna. Gostava de cantar e viver à noite e despediu-se da vida sem ver o amanhecer de 24 de outubro de 1959. Queridíssima por seus companheiros e pela família, graças à simpatia e ao talento, suas canções românticas são o reflexo de seu estilo de vida. Cantando desde os dez anos, a facilidade para aprender, a diligência no manuseio das palavras e a vontade de cantar, fez da música sua razão de ser. Como compositora assina das mais belas páginas da MPB. A Noite do Meu Bem, Estrada do Sol, Fim de Caso, Tome continha de Você, Castigo, Se É Por falta de Adeus, Ternura Antiga.



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Djavan




Djavan (Caetano Viana) é de Maceió, onde nasceu a 27/01/1949. Sua mão queria que ele fosse oficial do Exército, um seguro contra a pobreza que ela tanto conhecia. Mas a farda era horror para o adolescente, que fugiu para o Recife, para "vencer na vida". Com os rudimentos de um aprendizado autodidata de violão, fundou um grupo musical com o irônico nome de LSD (luz, som, dimensão), especializado nos Beatles e perseguido pela polícia que não acreditava na adaptação da sigla do alucinógeno.

Já casado, muda para o Rio de Janeiro, mora em favelas e se vira como crooner, na noite. Ouvindo música de todos os gêneros, começa a criar seu estilo e em 1975 chega ao segundo lugar no Festival Abertura, da TV Globo. Grava seu primeiro disco na EMI Odeon e ganha rapidamente foros de estrela.

Entre seus maiores sucessos, podem ser destacados Flor-de-Lis, Meu Bem Querer, Saigon, Oceano, Serrado, De Flor em Flor, Fato Consumado, entre outras.



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Chico Buarque




Predestinado ao sucesso, com aval de talento aflorado já na infância, Francisco Buarque de Hollanda - que viria a ser o Chico, poeta e musicista da nossa MPB - nasceu no Rio de Janeiro (1944), foi criado em São Paulo (com passagens pela Europa), virou unanimidade nacional e cidadão do mundo.

Ainda universitário, criou A Banda (1966), seu primeiro sucesso e marca registrada. Rapidamente se alçou ao patamar dos maiores compositores de todos os tempos, graças a seu trabalho de ouriversaria com as palavras. De firme posição política, passou alguns anos fora do Brasil, mas jamais deixou de produzir, consolidando carreira ao longo de quatro décadas, criando clássicos como Apesar de Você, Construção, Meu Gurí, Vai Passar, entre centenas. Compôs com Tom Jobim, Edu Lobo, Francis Hime, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Vinicius de Moraes e muitos outros. Incursionou pelo teatro, cinema e literatura, deixando, como na música e poesia, a marca do reconhecido talento.



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Cazuza




Outra vida curta mas vertiginosa na MPB foi a do carioca Agenor de Miranda Araújo Neto, o compositor e vocalista Cazuza. Vivendo música desde seu nascimento (04/04/1958), filho do produtor fonográfico João Araújo e da cantora (mais para a família) Maria Lúcia Araujo, sempre teve contato, físico ou auditivo, com o melhor da música popular.

Produto típico de sua geração, temperou seu gosto musical com temporadas em Londres e em São Francisco e teve seu grande momento de intérprete com vocalista do grupo Barão Vermelho, onde atuou até 1985, partindo então para carreira solo. Dividia suas preferências entre Cartola e Led Zeppelin, Nelson Gonçalves e Rolling Stones, resultando daí um trabalho que produziu sucessos como Codinome Beija Flor, Faz Parte do Meu Show, Brasil, Preciso Dizer Que Te Amo, entre outros. Foi o primeiro artista brasileiro a assumir-se como aidético, mal que o vitimou em 07/07/1990, aos 32 anos de idade.



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Cartola




Indiscutivelmente o maior melodista da MPB, Cartola foi um príncipe. Nascido da classe média em 11/10/1908, mudou-se menino para o Morro da Mangueira. Criado na favela, manteve até morrer em 30/11/1980, o porte fidalgo, a elegância na vida e em suas insuperáveis composições.

Fundador da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, escolheu suas cores (o verde-e-rosa famoso) inspirado no Fluminense F.C., de quem era torcedor. Viveu vicissitudes, vendeu composições para sobreviver, sendo reconhecido profissionalmente "no outono da vida", como cantou em um de seus sambas.

Morreu tranquilo, ao lado de Zica, musa e companheira, já na casinha de Jacarepaguá, que conseguira comprar, após uma existência inteira no morro. Foi o "inventor" da segunda parte do samba e entre suas geniais composições destacam-se O Mundo É Um Moinho, As Rosas Não Falam, Fiz Por Você O Que Pude, Alvorada, Não Quero Mais Amar A Ninguém, e outras dezenas.



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Caetano Veloso




Caetano Emanuel Viana Teles Veloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, a 07/08/1942. Sua ligação com a música vem do rádio, que ouvia o dia inteiro com a irmã, a cantora Maria Betânia. Foi acompanhando Betânia, que se transferia para o Rio de Janeiro, para substituir Nara Leão no espetáculo musical Opinião (1965), que teve a chance de mostrar seu trabalho. A irmã foi a primeira a gravá-lo. É de Manhã.

Deslancha na carreira que viria a consagrá-lo como importante compositor na segunda metade do século passado. Em 1967 ganha definitivamente o Brasil com "Alegria, Alegria", no Festival da Record, e a partir daí é um astro. Assume, com Tom Zé e Gilberto Gil, o comando da Tropicália. Acaba envolvido politicamente e se exila em Londres em 1969. Volta ao Brasil e assume seu lugar de relevo na história da MPB. Entre as dezenas de sucessos ressalte-se Desde Que o Samba é Samba, Sampa, Superbacana, Divino Maravilhoso, Tropicália.



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Braguinha




Dos mais importantes - e produtivos - compositores da MPB, Carlos Alberto Ferreira Braga, Braguinha ou João de Barro, seu nome artístico (adotado por ser de família rica, quando integrou o famoso Bando de Tangarás), é dono da talvez maior bagagem entre seus pares.

Fez de tudo. Compositor, produtor, instrumentista, cantor, versionista, adaptador de histórias infantis, diretor de gravadoras, seu trabalho é fundamental para a música brasileira. Carioca, de Vila Isabel, nasceu a 29/03/1907, e tem seu nome ligado a mil histórias e a outros ícones da cultura popular. Sua obra é considerada patrimônio do povo, integrada como está à memória nacional. É o letrista de Carinhoso, o que bastaria. Mas é bom lembrar alguns de suas centenas de sucessos. Cantores do Rádio, Copacabana, A Saudade Mata a Gente, Touradas em Madri, Balancê, Pastorinhas, Fim de Semana em Paquetá, Chiquita Bacana, Estrela Dalva, Pirata da Perna de Pau.



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Ataúlfo Alves




Presença obrigatória, entre milionários, na lista dos Dez Mais Elegantes do ano, criada pelo cronista Ibrahim Sued, Ataúlfo Alves teve origem humilde. Nascido em 02/05/1909 na mineira Miraí, que cantou em seu samba Meus Tempos de Criança, morreu no Rio de Janeiro em 20/04/1969.

Trabalhou em pequenos serviços até que, lavador de vidros em uma farmácia, conheceu Carmen Miranda ainda não cantora. Mais tarde reencontrou-a, ao mostrar uma composição na gravadora RCA Victor, que a Pequena Notável gravou, abrindo-lhe as portas da carreira. A partir daí Ataúlfo criou centenas de canções e fez sucesso como cantor, inovando ao criar um coro de pastoras de Escola de Samba, para acompanhá-lo. Conhecido como o rei do samba em tom menor, basta a citação de algumas de suas (centenas de) composições para situá-lo: Leva Meu Samba, Mulata Assanhada, Pois É, Errei... Erramos, Atire a Primeira Pedra, Ai Que Saudade da Amélia, Laranja Madura, etc.



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Assis Valente




José de Assis Valente foi um múltiplo. Nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, a 19/03/1911 (morreria no Rio de Janeiro a 10/03/1958 de forma trágica, suicidando-se depois de tentativas frustradas). Assim como Ataúlfo Alves, também trabalhou em farmácia, na adolescência. Mas foi o único compositor-protético que se conhece.

Ilustrador de jornais e revistas e protético, já no Rio de Janeiro, conheceu Heitor dos Prazeres, que o incentivou a compor. Foi lançado de imediato por duas estrelas, Aracy Cortes (Tem Francesa no Morro) e Carmen Miranda (Good Bye Boy), o que lhe abriu as portas. Gostava de músicas temáticas, compondo para as festas de São João, de Natal e carnaval. Suas composições se imortalizaram na voz de grandes intérpretes, algumas relançadas com o mesmo sucesso, como Brasil Pandeiro, Camisa Listrada e Boas Festas. Destaque ainda para Uva de Caminhão, Minha Embaixada Chegou, Boneca de Pano.



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