E você acha que os "oriundi" ficam só comendo macarrão e mexendo no bolso dos outros? Ma che! A bella Itália é (ou pelo menos foi) um dos países mais musicais que existem, bastando lembrar que quase todos os termos técnicos musicais são em italiano, exemplo: fermata, vivace e coda, capisci? O "bel canto" e as canções napolitanas sempre fizeram sucesso em toda parte, bastando lembrar dois exemplos. É do tenor Enrico Caruso (1873/1921) o primeiro disco a vender um milhão de cópias, "Vesti La Giubba" da ópera I Pagliacci de Leoncavallo ("ridi, pagliaccio..."), isso em 1903 - façanha equivalente a vender hoje cerca de 45 milhões de cópias de um mesmo disco - e sem ajuda de vídeo, rádio ou televisão! Caruso fez para a gravadora, a Victor, o mesmo que Elvis faria mais de 50 anos depois (já rebatizada RCA-Victor): salvou-a sozinho. Alias, nosso outro exemplo é de Elvis, vendendo outro milhão de cópias com "It's Now Or Never", adaptação de "O Sole Mio", canção napolitana de 1899, em ritmo de beguine.
Além de Caruso, e de outros tenores italianos de grande sucesso popular como Gino Becchi (1914/1993), passando por Domenico Modungno (nasc. 1928), único italiano a chegar ao topo da Billboard, em 1958, com "Volare", a mesma regravada por David Bowie e tantos outros como uma de teclado, ou a versão de Gipsy Kings, Dean Martin, ou na voz de Bobby Rydell, o que não falta no pop norte-americano são descendentes de italianos, assumidos ou não, como o sub-Caruso de Hollywood Mario Lanza (nascido Alfred Cocozza), Frank Sinatra, Perry (nasc. Pierino) Como, Tony Bennet (Anthony Benedetto) e outro ídolo de Elvis, Dean Martin (Dino Crocetti). Historiadores de jazz concordam em que os primeiros jazzistas brancos de qualidade eram quase todos judeus ou italianos, e coube a um destes últimos, Nick La Rocca (1880/1961), liderando a Original Dixieland Jazz Band, a honra de gravar o primeiro disco de jazz, "Darktown Strutters' Ball", em 1917, veja a versão rock com Ted Mulry Gang.
Até existe um rótulo para definir os (não poucos) roqueiros norte-americanos "oriundi": "Italo-American Rock", começando com os cantores brancos e bonitinhos Fabian (sobrenome Forte), Connie Francis (Concetta Franconero), Freddy Cannon (Frederick Picariello), Annette Funiciello e os brancos musicalmente mais substanciosos Bobby Darin (Robert Cassotto), Dion DiMucci (do grupo Dion and The Belmonts), além de compositores como Teddy Randazzo e Ernest Maresca (autor de, por exemplo, "The Wanderer", o mesmo "Lobo Mau" de Roberto Carlos). Poucos discordam que o Italo-American rock foi mais produtivo nos anos 60, com o rock-pop superlativo de grupos como Jay and The Americans, The Young Rascals (mais tarde somente Rascals), Joey Dee and The Starlighters (por onde passaram alguns futuros Rascals e um jovem guitarrista negro chamado Jimi Hendrix) e Felix Pappalardi (1939/1983), produtor e contrabaixista, que trabalhou com o Cream e integrou o Mountain.
Ainda nos anos 60, tivemos a famosa invasão italiana, com cantores armados de vozes possantes e canções melodiosas mescladas ao rock and roll (embora quase sempre preferindo o lado mais melodioso e romântico do rock), como Sérgio Endrigo, Gianni Morandi, Nico Fidenco e outros que fizeram muito mais sucesso no Brasil que nos EUA, embora alguns artistas, como a versátil serelepe Rita Pavone (aproveite e veja um show de Rita Pavone no Palace em 1987, tem 47 minutos de duração) e The Rokes, grupo de ingleses radicados na Itália (e que conseguiam cantar em italiano com sotaque inglês e vice-versa) conseguissem um certo sucesso em terras norte-americanas e, com o tempo, um culto pequeno porém fiel.
Não podemos esquecer o Festival de San Remo, que desde os anos 50 vem sendo, como disse um viperino crítico inglês, "um evento perfeito para artistas de muito sucesso em seus países mas que nada signifiquem no resto do mundo".
E os italianos continuam invadindo o mundo e fazendo sucesso, seja com a "Italo-house", muito dançante mas não tão melodiosa quanto se poderia esperar, seja com vários guitarristas cujos sobrenomes "difficult" costumam ser a única queixa dos ianques, com Frank Gambale, especializado em jazz-rock, ou os heavies Joe Satriani, Chris Impetilleri ou Joe Sarraceno, além de contrabaixistas com John Pattitucci... enfem, tutti buona gente!
Além de Caruso, e de outros tenores italianos de grande sucesso popular como Gino Becchi (1914/1993), passando por Domenico Modungno (nasc. 1928), único italiano a chegar ao topo da Billboard, em 1958, com "Volare", a mesma regravada por David Bowie e tantos outros como uma de teclado, ou a versão de Gipsy Kings, Dean Martin, ou na voz de Bobby Rydell, o que não falta no pop norte-americano são descendentes de italianos, assumidos ou não, como o sub-Caruso de Hollywood Mario Lanza (nascido Alfred Cocozza), Frank Sinatra, Perry (nasc. Pierino) Como, Tony Bennet (Anthony Benedetto) e outro ídolo de Elvis, Dean Martin (Dino Crocetti). Historiadores de jazz concordam em que os primeiros jazzistas brancos de qualidade eram quase todos judeus ou italianos, e coube a um destes últimos, Nick La Rocca (1880/1961), liderando a Original Dixieland Jazz Band, a honra de gravar o primeiro disco de jazz, "Darktown Strutters' Ball", em 1917, veja a versão rock com Ted Mulry Gang.
Até existe um rótulo para definir os (não poucos) roqueiros norte-americanos "oriundi": "Italo-American Rock", começando com os cantores brancos e bonitinhos Fabian (sobrenome Forte), Connie Francis (Concetta Franconero), Freddy Cannon (Frederick Picariello), Annette Funiciello e os brancos musicalmente mais substanciosos Bobby Darin (Robert Cassotto), Dion DiMucci (do grupo Dion and The Belmonts), além de compositores como Teddy Randazzo e Ernest Maresca (autor de, por exemplo, "The Wanderer", o mesmo "Lobo Mau" de Roberto Carlos). Poucos discordam que o Italo-American rock foi mais produtivo nos anos 60, com o rock-pop superlativo de grupos como Jay and The Americans, The Young Rascals (mais tarde somente Rascals), Joey Dee and The Starlighters (por onde passaram alguns futuros Rascals e um jovem guitarrista negro chamado Jimi Hendrix) e Felix Pappalardi (1939/1983), produtor e contrabaixista, que trabalhou com o Cream e integrou o Mountain.
Ainda nos anos 60, tivemos a famosa invasão italiana, com cantores armados de vozes possantes e canções melodiosas mescladas ao rock and roll (embora quase sempre preferindo o lado mais melodioso e romântico do rock), como Sérgio Endrigo, Gianni Morandi, Nico Fidenco e outros que fizeram muito mais sucesso no Brasil que nos EUA, embora alguns artistas, como a versátil serelepe Rita Pavone (aproveite e veja um show de Rita Pavone no Palace em 1987, tem 47 minutos de duração) e The Rokes, grupo de ingleses radicados na Itália (e que conseguiam cantar em italiano com sotaque inglês e vice-versa) conseguissem um certo sucesso em terras norte-americanas e, com o tempo, um culto pequeno porém fiel.
Não podemos esquecer o Festival de San Remo, que desde os anos 50 vem sendo, como disse um viperino crítico inglês, "um evento perfeito para artistas de muito sucesso em seus países mas que nada signifiquem no resto do mundo".
E os italianos continuam invadindo o mundo e fazendo sucesso, seja com a "Italo-house", muito dançante mas não tão melodiosa quanto se poderia esperar, seja com vários guitarristas cujos sobrenomes "difficult" costumam ser a única queixa dos ianques, com Frank Gambale, especializado em jazz-rock, ou os heavies Joe Satriani, Chris Impetilleri ou Joe Sarraceno, além de contrabaixistas com John Pattitucci... enfem, tutti buona gente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dê a sua opinião e idéias aqui e se tiver alguma dúvida pode perguntar que em breve responderei. Obrigado.