"Não compre discos negros! Eles corrompem a mente dos jovens! Ajude a salvar a juventude da América!" O high-school rock veio sob medida para a classe-média norte-americana que levou a sério este panfleto distribuído lá pelos anos 30/40. Já que não era possível deter o avanço da música de raízes negras, pelo menos que ela fosse cooptada, tão atenuada quanto possível, aproveitando apenas seus aspectos "positivos" - a batida animada, as melodias contagiantes (pelo menos mantiveram as "blue-notes"). E assim foi feito: as grandes gravadoras lançaram vários cantores e cantoras brancos, bonitinhos (as) e bem-educados (as), muitas vezes regravando hits de artistas negros como Fats Domino ou Little Richard, roubando-lhes o lugar ao sol das paradas ou do grande público, já que tinham bem mais divulgação e aceitação da chamada "maioria silenciosa"; e, como convém à classe média, a aparência é tudo; talento era o de menos. Ao lado de, bem, cantores como Fabian (nasc. 1943), e Annete Funicello (nasc. 1942), o high school teve artistas de algum talento como Connie Francis (nasc. 1938) e o grande "vilão" do gênero, Pat Boone (nasc. 1934), que até se redimiu de suas versões super-aguadas de "Tutti Frutti" de Little Richard e "Good Rockin' Tonight" de Roy Brown ao interpretar canções realmente pop, como "Bernardine" e "Love Letters In The Sand" (e nos EUA dos anos 60 ele só emplacou menos hits que Elvis e os Beatles!).
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