domingo, 8 de agosto de 2010

002-04 Ragtime


Um dos mais antigos e belos exemplos de música negra com grande influência europeia, ou seja, de música afro-americana da boa. Basicamente, trata-se de música pianística fortemente sincopada, ritmada e elaborada, surgida na virada do século e que também influenciou bastante o jazz. (O nome, "tempo de farrapo", talvez reflita as síncopes de melodia e ritmo que também caracterizam este gênero e seus parentes negros).


O jazz não surgiu só em New Orleans, outras cidades também participaram de seu nascimento, como Memphis, Kansas City, St. Louis, Dallas e de uma forma especial, Sedalia, no estado de Missouri. Sedalia foi a capital do ragtime, o primeiro estilo do jazz. Para lá foi o seu compositor mais famoso
Scott Joplin (1868/1917),


pianista e compositor, considerado o maior nome do ragtime, cuja música não contava com a improvisação, mas possuía um swing característico, lembrado em nossos dias na trilha do filme The Sting ("Golpe de Mestre") em 1973;




não faltam roqueiros que assumem influência do ragtime, como Randy Newman e Country Joe McDonald.,



O ragtime possui as características da música para piano do século passado, utilizando a forma de trio, típica do minueto.


Na técnica pianística do rag se encontravam elementos da música de Chopin e Liszt, assim como de marcha e polca, tudo isso dentro do conceito rítmico do negro, daí o nome ragtime, ragged time, tempo destruído. Era uma música do povo, do operário, dos que construíam estradas de ferro, de quem freqüentava os botecos à noite, para ouvi-la num piano ao vivo ou numa pianola.

Na música de Joplin e do rag em geral, estão ligados a tradição musical européia e o sentido rítmico do negro, em outras palavras, pode-se dizer que o rag é música de branco tocada por negro. Além de Joplin, o ragtime teve outros pianistas importantes, como Tom Turpim em St. Louis, James Scott em Kansas City,


Joseph Lamb,


Louis Chauvin,


Eubie Blake


e principalmente Jelly Roll Morton, que se libertou das normas de composição e execução do ragtime, adaptando-o ao estilo de New Orleans.





No próximo post você verá Stride e Boogie-Woogie ...


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sábado, 26 de junho de 2010

002-03 Gospel e Música Religiosa


A música gospel (do inglês "gospel", ou seja, "evangelho") é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-americanos por todo os Estados Unidos.

Enquanto nos países latino-americanos a religião católica apostólica romana, com seus muitos santos, possibilitou um sincretismo com o politeísmo dos escravos negros e, portanto, uma aculturação mais rápida destes, nos EUA o rígido Protestantismo herdado dos ingleses atrasou essa aculturação entre os brancos e negros norte-americanos. Mas no fim do século XVIII os negros já cantavam hinos protestantes europeus - só que incrementados com as "blue notes" que caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido, tranformando estes hinos em canções religiosas negras, que acabaram rotuladas de "gospel music" (corruptela de "Godspell", "palavra de Deus") ou de "spiritual", acompanhadas pelo piano ou órgão nas igrejas evangélicas. Naturalmente, ora alguém cantava sozinho, ora se adotava o esquema chamada-e-resposta - que repercutiria mais tarde em clássicos do rock como "What I'd Say" de Ray Charles



ou "I'm Down" dos Beatles.



Por sinal, várias composições de Ray Charles (nascido em 1930) são meras adaptações de clássicos spirituals, como "Talkin' 'Bout You" e "This Little Girl Of Mine" (nascidas "Talkin' Bout Jesus"



e "This Little Light of Mine", aqui interpretado por Bruce Springsteen.



E a maior voz evangelista do Gospel é Mahalia Jackson (1911/1972).



A influência negra sobre o rock também se faz notar em gestos e gritos herdados dos rituais de vudu e na deturpação linguística conhecida como "Black English", quando se diz, por exemplo, "ain't", "dis", "tuff", "sho", "she do" em vez de "isn't", "this", "tough", "sure" ou "she does", talvez por influência africana, à qual também se devem alterações linguísticas interessantes como o verbo "to dig" no sentido de "curtir" e "entender", talvez por influência do verbo "degan", que significa "entender" em dialeto wolof. Yadig?

O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com sua música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi "beber" o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley.

Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã.

Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), de Los Angeles, tocam música cristã, ou Gospel.



Grandes espetáculos se organizam por todo o país e cada vez mais emissoras de rádio criam programações gospel. Hoje o prêmio Grammy, considerado o Oscar da música, inclui a categoria gospel, além da música cristã premiar seus talentos com o Prêmio Dove Awards.

Na música cristã internacional destacam-se atualmente Michael W. Smith, os grupos Vineyard, Hillsong Music Australia, Kirk Franklin; e nos anos 90, os ministérios Hosanna!, Maranatha; as bandas Petra, Guardian, Bride; as cantoras Amy Grant, Crystal Lewis, entre outros.
Banda Petra



Ainda na vertente metal, surgiram bandas como: Tourniquet e Mortification que elevaram o "metal gospel" à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.

O cenário do "rock cristão" teve como grande nome e destaque a banda Petra, (já mostrada acima), dos Estados Unidos, umas das pioneiras do estilo em todo o mundo.


ELVIS PRESLEY E O GOSPEL


Sem dúvida Elvis Presley foi um dos maiores divulgadores desse gênero musical durante todo o século 20. Elvis adorava esse tipo de música, inclusive, tanto quanto rock, blues, R and B, country e música erudita.

Desde a década de 50 ele já incorporava em seus álbuns e canções algumas influências desse gênero tipicamente americano. Como exemplo podemos citar, o acompanhamento vocal do grupo gospel "The Jordanaires", logo depois, no final da década de 60 até o começo da década de 70, vieram os "The Imperials" e durante a mesma década os "The Stamps", com a participação de J.D. Sunmer e até mesmo um grupo vocal feminino de nome "Sweet Inspirations" e de outra cantora chamada "Kathy Westmoreland".

Elvis lançou quatro álbuns gospel; Peace In The Valley em 1957, His Hand in Mine em 1960, How Great Thou Art em 1967, considerado um dos "divisores de águas" em sua carreira e He Touched Me em 1972. Para se ter a real noção do que Elvis representou para o gospel americano, ele ganhou três grammys por suas interpretações gospel, em 1967, 1972 e 1974. Já em 2001 ele entrou para o "Hall da fama" do gospel, deixando para sempre marcado o seu nome nesse gênero musical americano tão importante e influente.

Entre os seus sucessos gospel estão, "Peace in the Valley",



"Crying in the Chapel", sucesso mundial em 1965,



"How Great Thou Art" entre outras.



Muitos o consideram um dos maiores intérpretes desse gênero tipicamente sulista nos EUA.



No próximo post você verá Ragtime...



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sábado, 19 de junho de 2010

002-02 Blues


A odisseia do negro não desaparecia com a abolição e sua integração na vida ativa do povo norte-americano continuava a ser impedida (a Ku Klux Klan, os grandes fazendeiros e determinados grupos políticos combatiam a emancipação e perseguiam o negro). O blues refletia de perto as angústias desse período no qual o negro era considerado um ser inferior sem acesso aos direitos legais e humanos; através desses cantos profundamente realistas e impregnados de carga emocional ele transmitia seu estado de espírito e sua imagem de dor (salários de fome, despreparo técnico e cultural, crises econômicas, linchamentos, choupanas inundadas, mágoas, desilusões, segregação, miséria, desconforto, etc.). Entretanto, os versos dos blues, mesmo desprovidos de sintaxe, representavam - como afirma Jean Cocteau - uma autêntica e importante contribuição literária de inspiração popular. Constitui o ponto culminante da música do negro e o marco inicial da caminhada do jazz.

Surgiu, segundo Rui Blesh, por volta de 1870, com o fim da guerra civil e sua primeira difusão se deu através dos "minstrel-shows", espetáculos ambulantes. Não possuía ainda uma forma definitiva, porém já adotava determinadas características que se tornariam essenciais. A repetição do primeiro verso de cada estrofe revelava o espírito antifônico e responsório (chamada-resposta) próprio dos cantos africanos; a caracterização era centralizada na maneira toda especial da execução. Enquanto o branco, cantando, se limita a acenar ao compasso, o negro "brinca" com a voz, usa o falsete, desafina propositadamente, grita, gesticula, assume expressões faciais dramáticas, balança o corpo, etc.

O blues primitivo (rural, arcaico, country-blues), de estilo rude, era exclusivamente vocal, com acompanhamento de violão, banjo, gaita. Seu repertório era limitado e os intérpretes eram quase sempre de sexo masculino.

O blues urbano (city-blues, urban-blues, jazz-blues) surgiu depois. Era cantado por mulheres em salões e espetáculos; os assuntos abordavam também temas sentimentais e era admitida maior atuação instrumental (piano ou pequena orquestra). Desse tipo de blues derivariam outras formas (rhythm and blues, soul-blues, rock).

Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues. "Blues", convém lembrar, significa tanto "azul" (e, como no Brasil, "blue" também serve de termo pejorativo para um negro de pele muito escura) quanto "triste, melancólico, deprimido", além de "muito erótico" (o que explica o título de True Blue de um LP de Madonna dos bons tempos, trocadilho com a expressão "true blue", "muito sincero"). Pois bem, o blues expressa muito bem estas sensações de melancolia (ou, quase sempre, uma "alegria triste") e sinceridade. O blues é o mais notório resultado da aculturação do negro africano pelos brancos norte-americanos, ou seja, do esforço do negro em se adaptar à cultura branca norte-americana. E a maior distinção do blues é a "nota blue", a "blue note", na escala de sete notas usada nas melodias do blues, derivada das "work songs" escravas.
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A música européia reconhece quatro espécies de escala menor:

. natural (dó, ré, mi bemol, fa, sol, lá bemol, dó);
. melódica ascendente (dó, ré, mi bemol, sol, lá, si, dó);
. melódica descendente (dó, ré, mi bemol, fá, sol, lá bemol, si bemol, dó); e,
. harmônica (dó, ré, mi bemol, fá, sol, lá bemol, si, dó).

Pois bem, o negro criou uma quinta escala menor, chamada justamente escala de blues (dó, mi bemol, fá, fá sustenido - opcional -, sol, si bemol, dó), e boa parte do apelo do blues deve-se ao choque resultante desta escala menor, cantada ou tocada com acompanhamento de acordes maiores. O esquema de 12 compassos:


. tônica (3 compassos);
. tônica com sétima (um compasso);
. subdominante (2 compassos);
. tônica (2 compassos);
. dominante (2 compassos); e,
. tônica (2 compassos).

As composições musicais do blues obedecem geralmente a um mesmo esquema característico. As letras sempre se dividem em estrofes de duas linhas, com a primeira linha cantada duas vezes, e essas estrofes são cantadas em frases musicais de 12 compassos, com os acordes do acompanhamento seguindo geralmente o esquema A-A-B (exemplo: "West End Blues").

Às vezes, porém, existem blues "irregulares" ("Careless Love", de 16 compassos, Tishomingo Blues, de 32).
Careless Love

Tishomingo Blues

Inicia normalmente com um break, espécie de livre cadência ao redor das primeiras notas da melodia que, depois de um acorde dissonante, somente vem revelada depois de alguns compassos, geralmente o quinto.

Os blues são escritos de preferência em modo maior e obedecem a um determinado esquema cadencial (reflexo da tradição européia) baseado sobre os graus I, IV e V da escala diatônica, admitindo variantes. Devido ao freqüente abaixamento das notas modais, da sensível e também da dominante (blue-notes) a composição a composição adquire uma expressão amodal, impregnada de um fascínio especial desconhecido pela música tradicional. Intensivo é o uso da síncope e da variedade rítmica.

O jazz nada mais seria que a aplicação do blues nos instrumentos europeus. E em sua estrutura encerra todos os elementos básicos (breque, síncope, blue-notes, variação rítmico-melódica, swing, rag, vibrato, glisando, etc.).

Estas estruturas de música e letra quase não têm paralelo na música européia. Como diz o pesquisador de jazz Marshall Stearns, "talvez nunca venhamos a saber a data do primeiro blues; quanto mais aprendemos a respeito, mais cedo parece ter sido." Já se cantava blues na segunda metade do século XIX, nos grandes centros rurais norte-americanos, como os Estados do Mississipi e do Texas, à capela ou com acompanhamento simples de violão, gaita ou banjo; com as migrações para grandes centros urbanos, como Chicago, Nova York e Nova Orleans, veio a necessidade de se entreter barzinhos cheios de gente e o blues, além de usar instrumentos tipicamente urbanos como bateria, contrabaixo e saxofone, voltou a gritar como na época dos escravos.

Há muitos bluesmen (e blueswomen) importantes que poderiamos destacar, como William Christopher Handy (1873/1958, não especificamente bluesman, mas autor de dois dos primeiros clássicos do gênero, "Memphis Blues", 1912 e "St. Louis Blues", 1914), que se autoproclamou o pai dessa forma musical, Clarence Williams ("Basin Street Blues"),


Spencer William ("West End Blues"). (se quiser ver novamente, suba para o primeiro vídeo deste texto sobre blues).

Dos intérpretes lembremos: Blind Lemon Jefferson (1897/1929), Blind Blake, Robert Johnson (1911?/1938), Charley Patton (1887/1934), Leadbelly (1889/1949), Tampa Red, Lonnie Johnson, Big Bill Broonzy, Sonny Terry, B. B. King, Muddy Waters, Sonny Parker, Jimmy Rushing, etc. Das cantoras: Gertrude "Ma" Rainey (1886/1939)(a mãe do blues), mas é bom lembrarmos que quem abriu o caminho para artistas negros de blues chegarem ao disco foram as damas, como Bessie Smith (1894/1937) (a imperatriz do blues), Mamie Smith (1883?/1946?), que temperavam o blues com influências teatrais do vaudeville e dos shows de menestréis (de que falaremos mais à frente), tornando-o mais acessível ao público branco. Inclusive a primeira que gravou, em 1920, "Crazy Blues", lançado por Mamie Smith nesse ano, vendeu quase instantaneamente três milhões de cópias (muitas das quais piratas e ao triplo do preço!). E ainda, Ida Cox, Bertha Chippie Hill, Virginia Liston, Clara Smith, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin, Ma Raney, Blind Lemon Jefferson, Lightnin' Hopkins, Robert Johnson, T-Bone Walker e Muddy Waters, entre outros. Convém lembrar que o cantor lírico não pode cantar blues. Como resumiu um pesquisador americano: se não fosse por estas "blueswomen", e improvável que um Robert Johnson tivesse chegado a gravar.

O blues evoluiu, conheceu o auge na década de 20, dominou o país e influenciou o jazz, tornando-se sua essência. Não cessou de evoluir e ainda vem sofrendo transformações, graças às quais se formaram novas estruturas para as várias modalidades do jazz (swing, bop, cool, free, hard, etc), bem como da música popular. O blues era também dançado.

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

002-01 Os Cantos dos Escravos


Apesar de no decorrer de sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por astros brancos, deve-se aos negros, escravos trazidos da África para as plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock. Como se sabe, os EUA fizeram bom e mau uso da escravatura até 1865, importando negros da África, geralmente da África do Sul. Só que os negros não se conformavam em ser arrancados de sua terra natal e, já que não podiam voltar, pelo menos faziam questão de preservar sua própria cultura até onde fosse possível, mantendo sua arte, suas crenças religiosas e seus dialetos africanos.

Aos poucos, os negros africanos iam se aculturando em contato com os brancos norte-americanos, à medida em que passaram a existir escravos nascidos nos EUA (predominantemente no Sul). Esta aculturação é mais evidente na música secular, ou seja, não-religiosa, dos escravos que cantavam e tocavam não como uma forma de arte, à moda dos brancos, mas sim como válvula de escape para o não muito prazer do trabalho forçado nas plantações de arroz e algodão em baixo de chuva, de sol e de chicote. É esta a origem das "work songs" (das quais o grupo R.E.M. um dia faria "a melhor", segundo a ironia deles mesmos),



os cantos de trabalho, compostos de frases musicais curtas e simples, a princípio em línguas africanas, depois em inglês entremeado de termos africanos.



Naturalmente, havia cantos africanos também de outra natureza, como cantigas infantis


ou religiosas.


Os negros cantavam ora sozinhos, ora em grupos; neste caso, um líder (homem ou mulher) fazia o papel de "caller" (chamador/a), cantando uma frase a que todos os outros respondiam. Sim, aqui está a "call-and-response" (chamada-e-resposta) que é a raiz do gospel.


Muitas vezes, o escravo transmitia mensagens "cifradas", ou seja, em seu próprio idioma de origem, para que o feitor não entendesse, em frases curtas e em voz alta, fazendo-se ouvir de longe - e, significativamente, esta frase, chamada "field holler" ou "field cry" (grito no campo), era transmitida numa fala meio cantada, para maior expressividade. Este "field holler" poderia ser um nome, uma ordem ou uma interjeição. (Interessante lembrar, por exemplo, que em 1971 o cantor soul negro Marvin Gaye iria compor e gravar o protesto "Inner City Blues Make Me Wanna Holler",


além do "I'm gonna raise a holler" que Eddie Cochran ameaça em "Summertime Blues".)


Todos estes cantos de escravos tinham em comum o fato de suas melodias raramente ultrapassarem cinco notas, formando uma escala de cinco tons (isso mesmo, a pentatônica), muito usada no Blues.




Veja no vídeo abaixo o que a cultura da África trouxe ao mundo e atente para os vários ritmos que foram criados no Brasil devido a esta influência cultural. Aproveite para conhecer os instrumentos africanos:




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quinta-feira, 10 de junho de 2010

002-Primórdios


É verdade que a chamada Era do Rock começou precisamente em 9 de julho de 1955, quando "Rock Around the Clock" com Bill Haley começou seu reinado de oito semanas no primeiro lugar da Billboard, ou seja, quando todos os EUA e, por tabela, o mundo ficaram sabendo da existência desse tal de rock and roll. Também é verdade que tal gênero musical ganhou o nome "rock and roll" por cortesia do DJ norte-americano Alan Freed (1922/1965), que, empolgado com o ritmo, promovia programas de rádio e bailes chamados "Moondog Rock And Roll Parties" desde 1952.

Mas o rock and roll, como música e como movimento cultural e de comportamento, é uma das melhores demonstrações daquela bela frase: se uma pedra se parte ao meio após levar cem marteladas, o mérito não cabe somente à centésima martelada, mas também às outras 99.

Pois bem, o megasucesso de "Rock Around The Clock" em 1955 foi a centésima martelada;




o cantor, guitarrista e band-leader Bill Haley (1925/1981) gravou e lançou o disco 1954, fazendo sucesso apenas razoável, só pegando fogo de verdade quando os autores da música (de quem falaremos mais para a frente) deram um jeito para que a gravação entrasse no filme Blackboard Jungle (filmado por Richard Brooks a partir de um romance homônimo de Evan Hunter). "Rock Around The Clock" só aparece tocando por cima dos créditos iniciais




(o romance, embora sobre delinquentes juvenis, os mostra como fãs de jazz), mas foi o suficiente. E a gravação de Haley nem é a original: quem primeiro gravou a música foi uma certa Sunny Dae em 1952 e o disco acabou tão obscuro quanto ela própria.


Se, para o grande público, "Rock Around The Clock" com Bill Haley parecia tão original a ponto de causar alvoroço nos cinemas só por tocar sobre os créditos iniciais de um filme, os fãs de country devem ter-se divertido: experimente comparar a gravação de Haley com "Move It On Over", sucesso de Hank Williams de 1947.



 Além da melodia ser praticamente a mesma, a gravação de Hank já tem quase todos os elementos geralmente reconhecidos como características do rock and roll: melodia simples porém eficiente com escalas e harmonia inspiradas no blues, solos instrumentais ríspidos, veloses e/ou expressivos, vocal agressivo e/ou sensual, bateria bem marcada e contrabaixo e guitarras (e/ou violões) pulsantes. (A marcação característica da bateria, acentuando o segundo e o quarto tempos, é o único detalhe ausente de "Move It On Over" - mas, reparando bem, é um detalhe também ausente nos primeiros discos de Elvis.)


Já estamos começando a ver que de novo o rock and roll só tinha o nome - e mesmo assim, o próprio nome de novo não tinha muito "Rock (balançar) and roll (rolar)" era gíria corrente entre os negros norte-americanos desde pelo menos os anos 20 deste século, para designar o ato sexual. Um dos primeiros discos da cantora de blues Trixie Smith (1895/1942) chamou-se justamente "My Daddy Rocks Me (With A steady Roll)", traduzível como "Meu papai me balança com um rolar constante", isto em 1922. Um filme razoável de 1934, Transatlantic Merry-Go-Round, de 1934, inclui as Boswell Sister (grupo vocal branco de sucesso nos anos 30-40) cantando um número chamado, adivinhe só, "Rock And Roll".



E imaginem a cara de assombro dos pesquisadores de floclore John e Alan Lomax (pai e filho) ao descobrirem, no mesmo ano de 1934, um grupo negro cantando uma canção religiosa afro-americana das mais antigas, "Run Old Jeremiah", de ritmo enérgico e melodia e letra possessas: "Oh my Lord/Well, well, well/I've gotta rock/You gotta rock/Wah wah ho..."  


(Veja a letra completa)
A grande importância de Alan Freed foi justamente ter sido quem mais ajudou o rhythm and blues (já vou explicar que bicho é esse) negro a se tornar aceitável (e como!) para os brancos, já que, como ninguém é perfeito, um dos grandes pecadilhos do povo norte-americano até os anos 50 era o racismo mais que explícito. O rock and roll, como o cinema, o automóvel e todas as grandes invenções, não pode ser atribuído a um único inventor - as grandes idéias nunca vêm de uma cabeça só. Do mesmo modo, o rock and roll não nasceu de uma única fonte, ou mesmo duas, embora seja definível, a curto e grosso modo, como uma combinação de country e blues. Bill Haley sempre declarou que formou seu estilo ao acentuar o segundo e quarto tempos da marcação em 4/4 do country; esta foi apenas uma das descobertas que levaram a definir e carcterizar o rock and roll. A data mais comumente aceita como a da criação do rock and roll é a do lançamento da música (We’re Gonna) Rock Around The Clock de Bill Haley and The Comets, em 12 de Abril de 1954, embora dezenas de gravações anteriores já apresentassem um ou outro fator do que viria a se cristalizar como rock and roll (o próprio Bill Haley havia gravado no mesmo ano, um pouco antes, a música Shake Rattle and Roll).




O rock and roll é um produto típico de seu país de origem, país estereotipado como prático demais e culto de menos, mas sempre habilidoso em imitar, reproduzir, reciclar e divulgar mundialmente a cultura do mundo todo - especialmente após as duas grandes guerras mundiais, quando o governo teve a idéias da "política de boa vizinhança": é mais bonito, e mais sutil, conquistar pelas idéias que pelas armas. Herdeiros da índole imperialista e paternalista dos britânicos, os norte-americanos acabaram tomando conta do mundo, só que menos pela força física que por artefatos de agrado geral que criaram ou divulgaram, como o cinema de Hollywood, o hamburger, o Cadillac, o chiclete, o jazz e, claro, o rock and roll.


Descobertos no século XVI, existentes como nação desde 1607, independentes desde 1776, os EUA só começaram a ter manifestações culturais com características próprias desde o século XIX, com escritores como Brancoft, Melville e Jack London, pintores como Whistler e Rousseau e compositores como os que veremos em breve.


Pois bem, vamos finalmente conhecer os pais e avós do rock and roll, um por um:
 

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sábado, 5 de junho de 2010

001-Introdução


O rock é um dos grandes paradoxos da história da humanidade: apesar de já ser até matéria de curso universitário, é a forma musical mais instantânea, efêmera e "moleca" que existe - "rock and roll é a piada mais engraçada e duradoura do Universo", disse um jornalista norte-americano. Este blog está aqui para mostrar que é impossível imaginar como seria o século sem o rock and roll, cujo surgimento, desenvolvimento e aceitação mundiais foram, para o bem ou para o mal, a coisa mais natural do mundo. O rock não só é a música mais aberta a influência de outras músicas, como também a música mais aceita em todo o mundo. Já que a chamada "cultura universal" é, na verdade, apenas, a cultura particular de alguém, aceita (ou imposta) universalmente, o rock é mais um estilo de vida.


Procuraremos mostrar que o rock não surgiu do nada, e que outros gêneros musicais de que se originou também merecem ser lembrados, não esquecendo de analisar a época e as circunstâncias em que este gênero nasceu - muito antes de Elvis Presley ou Chuck Berry terem nascido!

O rock, como em toda forma de música popular, a energia e a espontaneidade, mesmo que só aparentes, são mais importantes que a criatividade e a originalidade. Afinal, toda a música popular é feita de fórmulas, sempre repetidas quando agradam. E vale tudo: adaptações, citações, repetições - e daí que Chuck Berry ou Keith Richards sempre repetiam os mesmos riffs e acordes? Foi dito que um dos encantos do rock é justamente a repetição sem tédio, e um crítico americano afirmou que recriminar Keith por usar o mesmo riff básico em mais de uma música é como repreender um grande jogador de beisebol por fazer dois "strikes" com o mesmo taco - ou, para traduzir, achar ruim que Pelé fizesse dois gols com a mesma bola. Tais repetições, desde que feitas com inspiração, são grande parte da história do rock, história esta que, veremos, tem vários começos, segue por todos os meios e, ao que parece, nunca vai ter fim.

Não existem culturas fechadas, o rock, ao longo de sua história, exerceu e recebeu influências em relação a outras fontes (nada de radicalismos ou preconceitos):

Vejam como a gente foi pegando intimidade com o rock and rol, que virou só rock, afinal, o rock tem isto em comum com o samba: ambos têm um espírito característico, mas comportam vários adjetivos.

A banda Legião Urbana tinha uma música chamada: "Será", que foi transformada em samba pelo Grupo Raça Negra. Dentro dos gêneros de samba foi criado o samba-rock, e dentro dos gênero de rock também foram incluídos ou adaptados outros estilos. Veja os vídeos do Youtube abaixo e compare:






Legião Urbana - Será


Banda Raça Negra - Será

Veja a banda Aerosmith cantando a música "Walk this way" e depois ouça a gravação junto com o grupo Rap Run-D.M.C.


Aerosmith - Walk this way



Run-D.M.C and Aerosmith - Walk this way


Veja 30 fotos sobre o evento. Site externo.

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cursos de Teoria Musical


Aprenda a Teoria Musical de uma forma divertida, com apostilas e vídeos


Domingo, 26 de julho de 2015

Como Ler Partituras I


Curso 'Como Ler Partituras I': conheça a história, o posicionamento das notas, elementos, além de dicas para começar os estudos. É um curso desenvolvido pelo site Cifra Club. Você vai aprender a teoria com o Instrutor: Philippe Lobo.


Apostila de Teoria Musical: Download da Apostila em PDF - Como Ler Partituras I



Como Ler Partituras II - Duração


Curso 'Como Ler Partituras II': entenda como são representadas as figuras de som, pausa e seus valores.


Apostila de Teoria Musical: Download da Apostila em PDF - Como Ler Partituras II



Como Ler Partituras III - Armadura de Clave


Curso 'Como Ler Partituras III': entenda como são representadas as linguagens harmônicas na armadura de clave.


Apostila de Teoria Musical: Download da Apostila em PDF - Como Ler Partituras III



Intervalos - Teoria Musical

Philippe Lobo do Cifra Club fez uma aula especial sobre "Intervalos". Formação dos acordes, cifras, escalas e muito mais.


Apostila de Teoria Musical: Download da Apostila em PDF - Intervalos - Teoria Musical



Curso de Teoria Musical


Outras aulas que achei interessante são as do "Cursos Edon". Se vocês gostarem, comentem abaixo e solicitem-na que disponibilizarei os outros vídeos, aqui no nosso blog "Triângulo do Rock". É só você comprar um caderno com Pauta Musical (Pentagrama) para acompanhar as aulas, então poderá começar o curso. Este não tem apostila.




Fonte: Youtube


Enciclopedia do rock - Programa Harmonia


Adriano Falabella discursa sobre a ligação entre a música clássica e o Rock


No dia 13/07 foi comemorado o dia mundial do rock. E o Harmonia convidou Adriano Falabella para uma edição especial do Enciclopédia do Rock. Confira!



Fonte: Youtube


A música beneficia o seu cérebro


A relação que tem entre a pessoa que ouve música e o seu cérebro, e entre a pessoa que toca um instrumento e o seu cérebro



Como tocar um instrumento beneficia seu cérebro - Harmonia


Você sabe o que acontece com nosso cérebro quando escutamos música?! E imagina os "fogos de artifícios" que fazem 'efervescer' os neurônios dos músicos?!

Entenda mais os processos cerebrais que envolvem melodias e canções e os benefícios que a música trás para todos nós, além das incríveis sensações.




Efeitos da música no cérebro


Reitor da UCB, Prof. Dr. Afonso Galvão, concede entrevista ao Globo Comunidade sobre música clássica. Além de doutor em psicologia educacional, Galvão é músico violoncelista e comenta na entrevista os efeitos da música no cérebro humano.




O cérebro dos músicos


O Maestro J. Antonio Navarro fez uma tradução deste interessante vídeo que mostra como o cérebro dos músicos é diferente dos que não lidam com a música.




A MÚSICA E O CÉREBRO - Móbile - Iniciação Científica




Fonte: Youtube


História da Música - Alguns detalhes da história musical


Rede Minas - Programa Harmonia


Acompanhe a história da música, contada em três programas. Nesta edição, saiba o que passou da Grécia antiga ao barroco. Descubra também o desenvolvimento da música de concerto durante os séculos.

A História da Música - Da Grécia antiga ao Barroco - Parte 1




A História da Música - Da Grécia antiga ao Barroco - Parte 2




A História da Música - Da Grécia antiga ao Barroco - Parte 3




Depois de mostrar a história da música, desde a Grécia antiga até o período barroco, o Harmonia continua essa viagem. Você vai saber mais sobre os períodos clássico e romântico e sobre os compositores marcantes da época.

E ainda, trechos da montagem de "A flauta mágica", ópera de Mozart que ganhou animação do grupo Giramundo.

História da música: período clássico e romântico - Parte 1




História da música: período clássico e romântico - Parte 2




História da música: período clássico e romântico - Parte 3




Na série sobre a história da música, conheça a música revolucionária do século 20. Confira as grandes transformações na linguagem musical, lideradas pelo compositor francês Claude Debussy. Para fechar, exibição, na íntegra, do "Concerto em mi bemol para orquestra de câmara", do compositor russo Igor Stravinsky.

História da Música - Século XX - Parte 1




História da Música - Século XX - Parte 2




História da Música - Século XX - Parte 3




Veja este outro vídeo de Jeferson Torres


Aula 1: Da filosofia grega à música medieval - Jeferson Torres




Fonte: Youtube


Cursos Unesp - História da Música II


Cursos Unesp - Universidade do Estado de São Paulo


Curso completo de História da Música II
Departamento de Música da UNESP
Professora: Dorotéa Kerr 


Assista a UNIVESP TV (Universidade Virtual do Estado de São Paulo TV) ao vivo, e veja a programação completa em http://univesptv.cmais.com.br - Lá você tem outros cursos também. Visite, achei muito bom os cursos e um deles é este curso Universitário de História da Música, nível II. É parte de um curso de graduação de faculdade. Tem curso de Artes, Inglês, Cálculo Diferencial, etc., pois é uma emissora educativa. Além de tudo é gratuito.

De segunda a sexta às 09h e 21h, o programa Estúdio Univesp traz entrevistas, debates, matérias especiais, notícias e o resumo da programação na tela da UNIVESP TV. O canal para quem quer saber mais e aprender sempre! Sintonize a UNIVESP TV através dos canais digitais da multiprogramação da TV Cultura. Em São Paulo, o canal é o 2.2. Santos e Guarujá, canal 3.2. Ribeirão Preto, canal 4.2. Campinas canal 10.2. São José dos Campos, canal 27.2.

Sobre o Curso: 
História da Música II
A disciplina faz parte do Bacharelado em Música da Unesp e é ministrada pela professora Dorotéa Kerr, do Departamento de Música da UNESP.



Aula 1 - Romantismo - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr, do Instituto de Artes da UNESP faz um panorama da Europa no século XIX, o chamado Período Romântico. Localiza seus alunos na expansão econômica, causada pelo crescimento acelerado da indústria e do comércio, e o crescimento da burguesia. Os pensamentos dos iluministas de liberdade e igualdade.





Aula 1 - Romantismo - Parte 2


A definição dos termos clássico e romântico nas artes do século XIX. A obscuridade e a melancolia estão presentes em todos os tipos de manifestações artísticas dessa época. Com a criação de salas de concerto e academias de música, a música entra de vez na vida da sociedade. A burguesia começa a se servir desse tipo de arte também, copiando o estilo de vida dos burgueses. As casas passam a ter pianos e as mulheres começam a ter aulas particulares, aumentando ainda mais a popularidade do instrumento.




Aula 1 - Romantismo - Parte 3


A estética musical e os princípios da música romântica. Relações subjetivas, ilusórias e emocionais. A música com o poder de incorporar beleza e verdade. A tensão emocional vivida pelos compositores românticos. O estereótipo dos artistas: em geral, eles viviam isolados, distantes do “homem comum”.




Aula 2 - Nacionalismo - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr aborda o Nacionalismo do século XIX na Europa, reforçando a ideia de uma cultura nacional. A incorporação de elementos nacionais às artes. As obras começam a ser escritas em línguas "periféricas" como o checo, húngaro e russo.




Aula 2 - Nacionalismo - Parte 2


Os compositores começam a compor músicas em suas línguas, a cultura de cada país começa a ser representada pelas músicas. Nomes como Frans Liszt, Johannes Brahms, Bedrich Smetana, Antonin Leopold Dvorák escrevem obras inspirados em sua própria cultura.




Aula 3 - Ópera na primeira metade do séc XIX - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr aborda a ópera na primeira metade do século XIX. O uso das melodias mais longas e líricas. Com vários exemplos de músicas de compositores consagrados, a professora explica o modo como eram escritas as peças da época.




Aula 3 - Ópera na primeira metade do séc XIX - Parte 2


Continuando sua explicação sobre a Ópera na primeira metade do século XIX, a professora Dorotéa Kerr explica a questão das escalas utilizadas, o ritmo e a sonoridade. O uso maior dos instrumentos de metal e percussão nas obras. Por conta da maior utilização de outros instrumentos, o tamanho das orquestras também passa a ser maior do século XIX em diante.




Aula 3 - Ópera na primeira metade do séc XIX - Parte 3


Neste programa, a professora Dorotéa Kerr trata especificamente dos estilos e categorias das óperas. O estilo lírico e o cômico, as óperas de resgate, a Grand Opera. Exemplifica cada estilo com obras de grandes compositores.




Aula 4 - Música Orquestral do século XIX - Parte 1


Sinfonia - palavra que vem do latim symphonia - significa soar em conjunto, concordância. A professora Dorotéa Kerr explica o conceito de sinfonia e a sua importância na música do século XIX. Aborda, também, o crescimento da música orquestral e o desenvolvimento técnico dos instrumentos.




Aula 4 - Música Orquestral do século XIX - Parte 2


A professora Dorotéa Kerr faz um panorama sobre os principais sinfonistas. Detalhes da vida e da obra dos compositores: Franz Schubert, Felix Mendelssohn, Robert Schumann.




Aula 4 - Música Orquestral do século XIX - Parte 3


Continuando a explicação sobre os sinfonistas, a professora Dorotéa Kerr traz detalhes da obra e as características dos compositores: Anton Bruckner e Ludwing Van Beethoven.




Aula 5 - Música Programática - Parte 1


Música é um meio de expressão? A professora Dorotéa Kerr explica o conceito de música programática a as diferenças entre ela e a música absoluta. Definição de música programática: Música que procura expressar ou descrever uma ou mais ideias não musicais, imagens ou eventos. A música programática tem uma ligação com a literatura, a paisagem e as artes visuais. A professora explica os meios para a composição programática e os recursos musicais usados pelos compositores. Ela dá, ainda, detalhes da obra de Hector Berlioz, considerado “o pai” da música programática.




Aula 5 - Música Programática - Parte 2


Música é um meio de expressão? A professora Dorotéa Kerr explica o conceito de música programática a as diferenças entre ela e a música absoluta. Definição de música programática: Música que procura expressar ou descrever uma ou mais ideias não musicais, imagens ou eventos. A música programática tem uma ligação com a literatura, a paisagem e as artes visuais. A professora explica os meios para a composição programática e os recursos musicais usados pelos compositores. Ela dá, ainda, detalhes da obra de Hector Berlioz, considerado “o pai” da música programática.




Aula 5 - Música Programática - Parte 3


Música é um meio de expressão? A professora Dorotéa Kerr explica o conceito de música programática a as diferenças entre ela e a música absoluta. Definição de música programática: Música que procura expressar ou descrever uma ou mais ideias não musicais, imagens ou eventos. A música programática tem uma ligação com a literatura, a paisagem e as artes visuais. A professora explica os meios para a composição programática e os recursos musicais usados pelos compositores. Ela dá, ainda, detalhes da obra de Hector Berlioz, considerado “o pai” da música programática.




Aula 6 - Lied e Chanson - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr fala sobre o Lied e a Chanson, composições típicas do final do século XIX. São composições com letras (no geral, baseadas em poesias) e acompanhamento de piano. Os compositores do Lied tem um entusiasmo por tudo que é histórico e folclórico. Esse modelo se desenvolveu principalmente na Alemanha.




Aula 6 - Lied e Chanson - Parte 2


A segunda parte da aula da professora Dorotéa Kerr foi dedicada a dois grandes compositores de LIED, Franz Schubert e Johannes Brahms. Schubert utiliza muito a alternância de acordes maiores e menores. Ele escreveu mais de 600 obras nesse estilo. Os temas mais comuns encontrados nessas composições eram principalmente amor e morte.




Aula 6 - Lied e Chanson - Parte 3


A professora Dorotéa Kerr apresenta outros compositores de Lied: Johannes Brahms, Hugo Wolf (que se dedica exclusivamente ao lied), Gustav Mahler e Richard Strauss. Com esse estilo inicia-se a transição para o século XX.




Aula 7 - Ópera - Segunda Metade do Século XIX - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr segue sua explicação sobre a ópera. O assunto desta aula é a segunda metade do século XIX, e o destaque é para as características dessa obra: a mistura entre a ópera italiana, francesa e alemã, manifestações nacionais, obras mais longas, aumento no número de executantes. Um dos representantes do período é o italiano Guiseppe Verdi. Ele usa muito da tradição local para suas composições, utiliza vários poemas de Victor Hugo como base de sua criação. Os grandes sucessos de Verdi são: Rigoletto/ O trovador/ La traviata.




Aula 7 - Ópera - Segunda Metade do Século XIX - Parte 2


Os compositores escolhidos para representar a ópera na segunda metade do século são: Giuseppe Verdi e Richard Wagner. Wagner é muito parecido com Verdi nos aspectos artístico e político, porém Wagner se atém aos temas sobre a cultura e a história alemã.




Aula 7 - Ópera - Segunda Metade do Século XIX - Parte 3


O assunto da última parte da aula da professora Dorotéa Kerr são as obras de Richard Wagner. Uma das características marcantes desse compositor é que as óperas são cheias de simbolismos. "O Anel do Nibelungo" é o ápice de sua carreira, a composição que chegou mais perto de suas convicções. Esse tema encerra a música do século XIX.




Aula 8 - Passagem para o século XX - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr começa a transição para o século XX. O embate capitalismo x comunismo interfere também na música. Os músicos passam a assumir suas posições políticas, e a passar isso para suas composições. As referências históricas e culturais que fizeram a passagem do século, que, segundo os historiadores, começa aproximadamente em 1914. O século XX foi marcado também pela expansão dos meios de comunicação em massa, o que contribuiu muito para a composição e a divulgação da música.




Aula 8 - Passagem para o século XX - Parte 2


A professora Dorotéa Kerr apresenta algumas características da música do século XX. Manifestações políticas, separação entre executante e executor, movimentos como o Impressionismo e o Expressionismo servem de base para os compositores.




Aula 8 - Passagem para o século XX - Parte 3


O nacionalismo passa a ser uma importante fonte de inspiração musical no século XX. A professora Dorotéa Kerr fala sobre as novas fontes de pesquisa na música, fontes folclóricas. No século XX, a arte passa a ser politicamente comprometida. Há uma preocupação, nesse sentido, de fazer uma arte engajada, e a música também segue essa tendência. Outra evolução do século é o surgimento da música eletrônica (ou eletroacústica).




Aula 9 - Movimentos de Vanguarda no Século XX - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr fala sobre os movimentos de vanguarda no século XX, o expressionismo e o impressionismo. Ela traz aos seus alunos as principais características desses estilos e a influência da pintura e da literatura na música.




Aula 9 - Movimentos de Vanguarda no Século XX - Parte 2


Na segunda parte da aula, a professora Dorotéa Kerr fala sobre a carreira de Schoenberg, o que esse artista fez pelo movimento expressionista no século XX, suas influências e suas obras.




Aula 9 - Movimentos de Vanguarda no Século XX - Parte 3


Na última parte da aula, a professora Dorotéa Kerr fala sobre o impressionismo. O grande representante do gênero na música foi Claude Debussy, o grande nacionalista francês.




Aula 10 - Música e Política - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr aborda o tema política. Qual a influência da política nas artes e principalmente na música. Fala dos dois temas marcantes que mudaram a história do século XX e se refletiram diretamente na música: a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Os compositores passam a incorporar o novo estilo de vida urbana às suas músicas.




Aula 10 - Música e Política - Parte 2


Na segunda parte da aula, a professora Dorotéa Kerr fala da incorporação do jazz às músicas do século XX. O cotidiano das pessoas e temas mais modernos passam a fazer parte também da ópera.




Aula 10 - Música e Política - Parte 3


Na última parte da aula, a professora Dorotéa Kerr fala da arte para o Estado Comunista, uma arte mais simples, canções de protesto começam a surgir.




Aula 11 - Dodecafonismo e Serialismo - Parte 1


A professora Dorotéa Kerr fala sobre o dodecafonismo e como essa nova forma rompe com o passado da música, deixando o tonalismo de lado. A capacidade de agrupar os sons com lógica nas composições. O método de compor com 12 sons que não estão relacionados entre si.




Aula 11 - Dodecafonismo e Serialismo - Parte 2


Na segunda parte da aula, a professora Dorotéa Kerr fala sobre o sistema atonal de composição. Fala também, das influências do compositor Arnold Schönberg: Brahms, Mahler, Wagner e Strauss.



Fontes: 
Youtube
Unesp