Mostrando postagens com marcador aerosmith. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aerosmith. Mostrar todas as postagens

domingo, 30 de março de 2014

006-13 Rap


Quem gravou o primeiro rap? É como querer saber quem gravou o primeiro rock ou cantou o primeiro blues; há gravações que incluem trechos de fala ritmada desde os anos 20, e em toda parte: no samba, no reggae, no fox-trot, no jazz, no funk. Mas o rap como hoje se conhece e se pratica nasceu no finzinho dos anos 70, mais precisamente em 1979, quando Sylvia Robinson

 (cantora/compositora/produtora ativa desde os anos 50 e que mereceria um livro só para ela) produziu "Rapper's Delight" do Sugar Hill Gang.

 O rapper Lovebug Starsky improvisou "To the hip-hop" (algo como "prasancas, vamolá") e "hip-hop" virou sinônimo de rap. Rap está no dicionário como "algo dito de forma curta e grossa", e acabou virando fenômeno social, incluindo dança ("breaking") e técnicas de DJ (como o "scratching" e "sampling") bem pessoais, rappers como Run-DMC

 mereceram elogios de roqueiros como Lou Reed



 e Aerosmith (que até gravou com eles),

 e Madonna, em sua época mais criativa, cooptou os Beastie Boys para abrirem seus shows.

 Sem falar na "fusion" rap-metal do grupo thrash Anthrax em 1985.


Não poderia deixar de registrar que o Brasil, talvez tenha sido o primeiro a inventar este gênero, pois em 1964 o cantor Jair Rodrigues lançou seu segundo álbum com a música "Deixa Isso Pra Lá", apresentando-a no Festival da Record em 1966.

Este acontecimento na história pode ser um grande orgulho para o povo brasileiro, ressaltando que nossos músicos também são geniais e muito especiais.



No próximo post você verá Acid-House...


Página Anterior                                Próxima Página

sábado, 29 de março de 2014

005-05 Hard Rock


Variação do heavy, só que de ritmo e temática menos pesados, chegando a ser dançante, algo como um Rolling Stones super amplificado. Hard-rockers ilustres incluem o AC/DC,

 Deep Purple,

 Free (que transmutou no Bad Company),

 Judas Priest (ingleses),

 Aerosmith,

 Blue Oyster Cult,

 Van Halen (americanos),

 Scorpions (alemão),

 Thin Lizzy (irlandês)

 e Bachman-Turner Overdrive (canadense).


No próximo post você verá Androginia...


Página Anterior                                Próxima Página


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

002-8 Folk


No princípio alguém, não sei quem, inventou uma música, mais tarde foi inventada a partitura. Foi dito, com toda razão, que a música folclórica, de autor desconhecido, é "a mãe de toda a música"; que o digam, por exemplo, J.S.Bach, Bartok e Villa-Lobos, grandes adaptadores do folclore de seus países.

A folk-music ("música do povo") norte-americano firmou-se como tal em meados do século XIX; como em todos os países, temos compositores ianques conhecidos cuja obra tem sabor folclórico, talvez o mais ilustre sendo Stephen Foster (1826/1864), autor de "Oh! Susanna" (regravada em rock pelos Byrds)


e "Old Kentucky Home" (idem Randy Newman),


além dos mais recentes Pete Seeger (nasc.1919),


Woody Guthrie (1912/1967)


e Leadbelly (já citado também como bluesman).


Cantigas infantis, além de também serem música folclórica, sempre se deram muito bem com o espírito de molecagem do rock and roll. "Walking The Dog", de Rufus Thomas


(regravada pelos Rolling Stones,


Aerosmith e outros),


e "Ain't That Just Like Me" dos Coasters (idem os Hollies e os Searchers)



são apenas dois clássicos do rock baseados em "nursery rhymes",


"Three Blind Mice"


não é só o tema dos Três Patetas, tendo inspirado nada menos que duas melodias de John Lennon, "My Mummy's Dead"


e "Oh! Yoko".



E não podemos esquecer que canções infantis foram a razão de ser de tudo um subgênero do rock, o bubblegum, provando que o ser humano, à medida que cresce, vai ficando mais sacana e menos maldoso.

Na virada dos anos 50 para 60, o rock era coisa de moleque; universitários e pessoas mais elitistas preferiam o folk. Mas lá por 1962 a 1963 o folk e o rock fizeram as pazes e, como se você não soubesse, o resultado foi outro subgênero, o folk-rock, onde se notabilizaram Bob Dylan, The Mamas and The Papas, Peter, Paul and Mary, os Byrds e os inglês Donovan, sem falar em espertinhos que pegaram carona no sucesso do gênero, como Sonny and Cher, ou em fãs do blues que a princípio preferiam o folk ao rock, como a jovem Janis Joplin. Filmes e teorias sobre folk-rock falaremos em futuro Post.


No próximo post você verá México ...


Página Anterior                                Próxima Página


sábado, 5 de junho de 2010

001-Introdução


O rock é um dos grandes paradoxos da história da humanidade: apesar de já ser até matéria de curso universitário, é a forma musical mais instantânea, efêmera e "moleca" que existe - "rock and roll é a piada mais engraçada e duradoura do Universo", disse um jornalista norte-americano. Este blog está aqui para mostrar que é impossível imaginar como seria o século sem o rock and roll, cujo surgimento, desenvolvimento e aceitação mundiais foram, para o bem ou para o mal, a coisa mais natural do mundo. O rock não só é a música mais aberta a influência de outras músicas, como também a música mais aceita em todo o mundo. Já que a chamada "cultura universal" é, na verdade, apenas, a cultura particular de alguém, aceita (ou imposta) universalmente, o rock é mais um estilo de vida.


Procuraremos mostrar que o rock não surgiu do nada, e que outros gêneros musicais de que se originou também merecem ser lembrados, não esquecendo de analisar a época e as circunstâncias em que este gênero nasceu - muito antes de Elvis Presley ou Chuck Berry terem nascido!

O rock, como em toda forma de música popular, a energia e a espontaneidade, mesmo que só aparentes, são mais importantes que a criatividade e a originalidade. Afinal, toda a música popular é feita de fórmulas, sempre repetidas quando agradam. E vale tudo: adaptações, citações, repetições - e daí que Chuck Berry ou Keith Richards sempre repetiam os mesmos riffs e acordes? Foi dito que um dos encantos do rock é justamente a repetição sem tédio, e um crítico americano afirmou que recriminar Keith por usar o mesmo riff básico em mais de uma música é como repreender um grande jogador de beisebol por fazer dois "strikes" com o mesmo taco - ou, para traduzir, achar ruim que Pelé fizesse dois gols com a mesma bola. Tais repetições, desde que feitas com inspiração, são grande parte da história do rock, história esta que, veremos, tem vários começos, segue por todos os meios e, ao que parece, nunca vai ter fim.

Não existem culturas fechadas, o rock, ao longo de sua história, exerceu e recebeu influências em relação a outras fontes (nada de radicalismos ou preconceitos):

Vejam como a gente foi pegando intimidade com o rock and rol, que virou só rock, afinal, o rock tem isto em comum com o samba: ambos têm um espírito característico, mas comportam vários adjetivos.

A banda Legião Urbana tinha uma música chamada: "Será", que foi transformada em samba pelo Grupo Raça Negra. Dentro dos gêneros de samba foi criado o samba-rock, e dentro dos gênero de rock também foram incluídos ou adaptados outros estilos. Veja os vídeos do Youtube abaixo e compare:






Legião Urbana - Será


Banda Raça Negra - Será

Veja a banda Aerosmith cantando a música "Walk this way" e depois ouça a gravação junto com o grupo Rap Run-D.M.C.


Aerosmith - Walk this way



Run-D.M.C and Aerosmith - Walk this way


Veja 30 fotos sobre o evento. Site externo.

Na próxima página você verá Primórdios...


Página Anterior                                Próxima Página


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Walk This Way


Walk This Way

 (parceria: Run-D.M.C. x Aerosmith)

[Run-D.M.C.]
Now there's a backseat/lover
That's always under/cover
And I talk til my daddy say
Said you ain't seen/nuthin
Til you're down on her/muffin
And there's sure to be a change in ways
Now there's a cheer/leader
That's a real big/pleaser
As far as I can remi/nisce
But the best thing/love it
Was her sister and her/cousin
And it started with a little kiss, like this

She starts/swingin
With the boys in/tune
And her feet just fly up in the air
Singin hey diddle diddle with a kitty in the middle
And they swingin like it just don't care
So I took a big/chance
At the high school/dance
With a lady who was ready to play
It wasn't me she was/foolin
Cause she knew what was she was/doing
when she told me how to walk this way

Chorus: Run DMC and Aerosmith
She told me to
Walk this way!
Talk this way!
(repeat 8x)
Well just gimme a kiss/some head!
Oooh, a-like this!

[Run-D.M.C.]
School girl/sleazy
With a/classy kind of sassy
Little skirt hangin way up her knee
It was three young ladies
In the school gym/locker
And they find they were lookin D
I was high school/loser
Never made it with a/lady
Til a boy told me somethin I missed
That my next door/neighbor
had a daughter/had a favor
And I gave the girl just a little kiss, like this

[Aerosmith]
She starts swingin with the boys in the school
with her feet flyin up in the air
Singing hey diddle diddle with a kitty in the middle
I was swingin like I didn't care
So I took a big chance at the high school dance
With a miss who was ready to play
Wasn't me she was foolin cause she knew what she was doin
when she told me how to walk this way

Chorus

Fonte: Vagalume
 

Run DMC


RUN-D.M.C


Escrita também como Run DMC, foi uma das bandas pioneiras de hip hop fundada por Jason "Jam-Master Jay" Mizell, Joseph "DJ Run" Simmons e Darryl "D.M.C." McDaniels. O Run DMC nasceu ouvindo a música Walk This Way do Aerosmith e depois de uns anos quando o sucesso do Aerosmith estava muito baixo eles re-gravaram essa música juntos, rendendo um bom sucesso. O grupo teve um enorme impacto no desenvolvimento do hip hop nos anos 80. Mais do que qualquer outro grupo do hip-hop, Run-D.M.C. é responsável pelo som e o estilo da música. Como o primeiro equipamento de rap no hardcore, o trio ajustou o som e o estilo para a década seguinte do rap. Com suas batidas e passeios de reposição em amostras do metal pesado, o trio era mais resistente e mais ameaçador do que seus inspiradores e grandes mestres antecessores.  No processo, abriram a porta para ambos, o rap político do "Public Enemy" e do "Boogie Down Productions", assim como as fantasias hedonísticas do grupo "N.W.A." Ao mesmo tempo, Run-D.M.C. ajudou o movimento do rap de um gênero de canção-orientada para um álbum-orientado - eram os primeiros artistas do hip-hop à construir álbuns desenvolvidos em coleções não só com duas canções e uma porção de enchimentos. Pelo fim do anos 80, Run-D.M.C. tinha sido alcançado pelos grupos que eles geraram, mas continuou a executar seus shows, dedicando-se até os anos 90.

A sigla D.M.C. provém do Disco Mix Club, antiga convenção pós-Zulu Nation de DJ's e MC's que visava propagar o Hip Hop.

Todos os três membros de Run-D.M.C. eram nativos de classe média na vizinhança de Hollis,  do distrito de Queens, na cidade de Nova York, onde cresceram.


Joseph Simmons


Nascido em 14 de novembro de 1964, era o irmão de Russell Simmons, que deu forma a  companhia Rush Productions de hip-hop no começo dos anos 80; pelo meados dos anos 80, Russell tinha dado forma ao selo pioneiro do disco Def Jam com Rick Rubin. Russell incentivou seu irmão Joey e seu amigo Darryl McDaniels à formar um duo rap. O duo acabou de fazer isto, adotando primeiramente o nome de Crush.


Darryl  McDaniels


Nascido em 31 de maio de 1964.

Depois que se graduaram na High School em 1982, o duo alistou seu amigo Jason Mizell  para riscar plataformas giratórias; Mizell adotou o nome artístico Jam Master Jay. E adotaram um novo nome:  Run e D.M.C., respectivamente.


Jam Master Jay (nome artístico)


O seu nome de batismo era Jason Mizell, nascido em 21 de janeiro de 1965.


Run DMC e a grande tragédia


A história do rap americano voltou a ser manchada de sangue no dia 30 de outubro de 2006, quando Jam Master Jay foi assassinado dentro de um estúdio de gravação. Jason Mizell, seu nome de batismo, fazia parte do Run DMC, um dos mais importante grupos da história da cultura hip hop, pioneiro em capas de revista e exibições de clipes na MTV, precursor de sonoridades e do típico visual b-boy. Atônito R. Smith explica a importância do DJ e conta a trajetória vitoriosa do trio nova-iorquino.


Regravação de hit do Aerosmith levou o rap para as massas e o trio Run DMC para a história.
Um homem até agora não identificado cruzou a porta de um estúdio de gravação no bairro do Queens, em Nova York, no dia 30 de outubro de 2006, por volta de sete e meia da noite. Fez alguns disparos e saiu tranqüilamente do local. Urieco Rincon, 25 anos, estava baleado na perna e foi levado com urgência para o hospital. Jason Mizell, 37, não teve melhor sorte: uma bala atingiu sua cabeça, provocando morte instantânea. O crime, cujo motivo e assassino * (ainda estão sendo investigados )* pela polícia, derramou a terceira grande mancha de sangue na história do rap americano.

Entre setembro de 1996 e março do ano seguinte, os arqui-rivais Tupac Shakur e Notorious BIG foram assassinados. Um xingava e provocava o outro publicamente e em suas músicas. Os rappers também eram pivôs de uma grande rixa entre gangues das costas Leste e Oeste, respectivamente. Já o DJ Mizell - mais conhecido pela alcunha de Jam Master Jay - pouco usava o microfone. Sua voz eram as pick-up e as programações costuradas e criadas com habilidade. Seu grupo, o Run DMC, tornou-se em meados dos anos 80 um dos mais importantes da história da música dos Estados Unidos. Afinal, tornou-se o principal responsável pela maior aceitação do rap pela imprensa e MTV americanas e conseqüente explosão comercial do gênero. Sem violência e insultos verbais, apenas na maior festa.

A trágica morte de Jam Master Jay calou um dos nomes mais criativos do rhythm’n’poetry nova-iorquino. Ao lado de dois amigos de infância, os MCs Joseph Simmons (Run) e Darryl McDaniels, também vindos de famílias de classe média do distrito do Queens, Mizell teve o pioneirismo de sacar que o vigor da batida do rock poderia substituir - e muito bem - os grooves funky, muitas vezes com o acréscimo de guitarras pesadas. A fórmula chegou ao ápice do sucesso em 1986, com o megahit "Walk This Way" (regravação de uma música do Aerosmith nos anos 70, que contou com a participação de Steven Tyler e Joe Perry e ressuscitou a carreira do grupo de hard rock) e até hoje é copiada sem dó nem piedade no mundo hip hop, chegando a ser "roubada" por bandas do nu metal americano. Outra habilidade de Mizell eram os breakbeats. Algumas das canções mais famosas do Run DMC - como "You Be Illin’", "Take The Money And Run" e a própria "Walk This Way" - contêm ligeiras paradinhas rítmicas estrategicamente bem colocadas, soando tão importante quanto os scratches.

Estréia revolucionária

Influenciados pelos pioneiros do rap de Nova York (Grandmaster Flash and Furious Five, Kurtis Blow, Sugarhill Gang e outros tantos que fizeram a voz negra ser ouvida além dos guetos), Simmons e McDaniels começaram a se apresentar juntos em 1980 como Crush. Terminados os anos de high school, em 1982, mudaram o nome do trio para os apelidos dos dois MCs e não tardaram a conseguir um contrato. Logo em 1983 lançaram o primeiro single, com as músicas "It’s Like That" e "Sucker MCs", na Profile Records. A primeira tornou-se um grande hit no underground local. A outra acabou aclamada pelos críticos como o divisor de águas do gênero. "Sucker MCs" passou a ditar as regras de uma nova forma na criação das bases: nenhum outro instrumento a não ser uma bateria eletrônica, dois toca-discos e um mixer. O único som soado como nenhum outro da batida naquele tempo -- era de reposição, sem corte, e hábil, com batidas duras e os vocais poderosos, letrados, audazes, onde os vocais destemidos do D.M.C.'s sobrepostos, porque terminavam linhas um do outro. Era a primeira "escola nova" de gravação do hip-hop. "It's Like That" tornou-se uma batida superior de 20 R and B, assim era a segunda gravação, o "Hard Times"/"Jam Master Jay."; Duas outras gravações R and B seguem no início de 1984 - "Rock Box" e "30 Days".

A revolução não ficou restrita apenas na sonoridade do single de estréia. Por sugestão do irmão mais velho de Run (Russell Simmons, empresário de rap e então parceiro do produtor Rick Rubin na gravadora Def Jam, que descobriu para o estrelato nomes como Public Enemy, Beastie Boys e LL Cool J), Run, DMC e Jam Master Jay passaram a subir no palco ostentando as mesmas roupas surradas do dia a dia. O vestuário eram enormes moletons e corriqueiros agasalhos esportivos (ou casacos de couro e jeans pretos), tênis brancos desamarrados e penduricalhos nada discretos no pescoço. Estava criada a imagem típica do b-boy.

Em 1984, o Run DMC lançou o primeiro álbum, homônimo (o primeiro disco de ouro para um grupo hip hop no mercado fonográfico americano). Pela época de seu segundo álbum em 1985, King of Rock, Run-D.M.C. tinha-se transformado nos rappers mais populares e os mais influentes da América, prontamente surgiram um número de imitadores. Como o título King of Rock sugere, o grupo estava quebrando abaixo as barreiras entre o rock and roll e o rap, batendo registros excedentes do heavy metal e laços grossos, densos na bateria. Além de liberar o álbum King of Rock e de marcar "King of Rock", "You Talk Too Much," e "Can You Rock It Like This" em 1985, o grupo apareceu também no filme de Krush Groove, que caracterizou também Kurtis Blow, os Beastie Boys, e os Fat Boys.

No ano seguinte, King Of Rock manteve a ascensão, agora ultrapassando a marca da platina. Seus integrantes também passaram a receber convites para aparições em filmes e tributos com vários artistas cantando por uma causa nobre - como o Sun City, contra o regime de apartheid então vigente na África do Sul.

Sob os auspícios de Rubin, talentoso e barbudo produtor sempre capaz de enxergar longe novos caminhos para o rock, o Run DMC deu o passo que viria a mudar para sempre sua carreira. Mizell sampleou o compasso inicial de "Walk This Way" e encheu os loops de scratches e breakbeats. Perry foi convocado para refazer o marcante riff de guitarra da canção e Tyler soltou o vozeirão com Russell e Darryl, reproduzindo a letra canto-falada que com alguns anos de antecedência já simulava o que viria a ser o rap.

A regravação foi o carro-chefe de Raising Hell, de 1986. O disco vendeu três milhões de cópias nos EUA (equivalente à platina tripla no mercado de lá), foi o primeiro a chegar entre os dez álbuns mais vendidos da Billboard e alcançou o posto máximo na parada de r and b. A MTV, até então reticente quanto à exibição de clipes de rap, também não teve como ignorar mais o gênero. A Rolling Stone, mais famosa revista de música do país, deu sua primeira capa a um artista da cultura hip hop. O Run DMC também tornou-se o primeiro contratado fora do meio esportivo a fazer propaganda para a marca esportiva alemã Adidas (com a faixa "My Adidas"). Outros dois grandes hits ainda foram extraídos do álbum: "It’s Tricky" e "You Be Illin’" (que três anos depois ganharia uma letra em português chamada "Adelaide, A Anã Paraguaia"; a gravação, do Inimigos do Rei, foi massacrada pela crítica porém mais executada que a versão original pelas rádios brasileiras). Run-D.M.C. gastou a maioria de 1987 em "Tougher Than Leather", sua continuação a Raising Hell. "Tougher Than Leather" foi acompanhado por um filme do mesmo nome. Starring Run-D.M.C., a película era um paródia de ficção do " '70s blaxploitation films". Embora Run-D.M.C. estivesse na altura de sua popularidade quando estava gravando a película "Tougher Than Leather", pelo tempo que o projeto era realizado, o mundo do rap tinha mudado. A maioria das audiências do hip-hop queriam ouvir os rappers políticos como o Public Enemy, não artistas do hardcore do cruzamento como Run-D.M.C. Conseqüentemente, a película bombardeada e o álbum  receberam apenas platina. Dois anos após "Tougher Than Leather", Run-D.M.C. retornou com "Back From Hell", que se transformou  em seu primeiro álbum a não ser platina.

Ascensão gangsta

O rap estava em alta e novos nomes passaram a dividir os louros com o Run DMC. Em Nova York, Boogie Down Productions e Public Enemy bradavam em alto e bom tom contra o capitalismo, a mídia e o poder dos brancos e judeus. Do outro lado do país, em Los Angeles, o cotidiano barra-pesada dos guetos "vermelho" e "azul" saltava para a tela do cinema no filme Colors - As Cores da Violência. O NWA (formação que revelou nomes como Eazy-E, morto em decorrência da Aids há alguns anos; Ice Cube, hoje mais voltado para a sétima arte; e Dr Dre, padrinho de Eminem e Snoop Doggy Dogg) e o ex-traficante de armas Ice-T levaram a violência das ruas para a música. Em pouquíssimo tempo, o gangsta passou a dar as cartas no gênero, limitando o espaço para a celebração pura e simples.

Por isso, os dois álbuns posteriores do Run DMC, "Tougher Than Leather" (1988) e "Back From Hell" (1990), passaram longe de repetir o mesmo sucesso devastador de "Walk This Way" e "Raising Hell". Mesmo com outra regravação ("Mary Mary", de ?) e algumas faixas que mantinham o estilo de antes ("Beats To The Rhyme", "Pause"). Na virada dos anos 90, Simmons e McDaniels também enfrentaram problemas pessoais ( o primeiro foi falsamente acusado de estupro na cidade de Cleveland e o outro superou a dependência alcoólica), passaram por uma grande experiência de conversão religiosa (Run tornou-se reverendo e assim o é até hoje. Gradativamente, o grupo se afastou do mundo da música. Em 1993, mesmo com vários convidados nos vocais e produções das faixas (como "A Tribe Called Quest", "KRS-One" e "Naughty By Nature"), o álbum Down With The King também falhou na última tentativa de reerguer com sucesso a carreira do Run DMC.

Somente oito anos o trio voltou a gravar um disco. Crown Royal, lançado em meados de 2001, contou com diversas participações especiais ("Everlast", "Method Man", "Fred Durst", "Sugar Ray", "Fat Joe", "Kid Rock", "Nas" e o vocalista do Third Eye Blind, entre outros) e teve um hit instantâneo. "Take The Money And Run", outra recriação (a música foi originalmente gravada pela Steve Miller Band), teve freqüentes execuções nas rádios - inclusive no Brasil - e conseguiu gás suficiente para fazer o Run DMC voltar à ativa com força. Foi no ano de 2002, na liberação do álbum com dois grandes hits começaram  uma excursão com o Aerosmith que os viu viajar para os ESTADOS UNIDOS, executando sempre o "Walk This Way".

Dias antes do assassinato de Mizell, o grupo havia encerrado esta badalada turnê ao lado de Aerosmith e Kid Rock e estava tomando um gás para começar a trabalhar no novo álbum. Jam Master Jay, muito provavelmente, estava maquinando algumas bases no estúdio quando foi surpreendido pelo seu assassino. No início de novembro de 2006, o Run DMC anunciou sua retirada dos palcos e estúdios.