A música gospel (do inglês "gospel", ou seja, "evangelho") é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-americanos por todo os Estados Unidos.
Enquanto nos países latino-americanos a religião católica apostólica romana, com seus muitos santos, possibilitou um sincretismo com o politeísmo dos escravos negros e, portanto, uma aculturação mais rápida destes, nos EUA o rígido Protestantismo herdado dos ingleses atrasou essa aculturação entre os brancos e negros norte-americanos. Mas no fim do século XVIII os negros já cantavam hinos protestantes europeus - só que incrementados com as "blue notes" que caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido, tranformando estes hinos em canções religiosas negras, que acabaram rotuladas de "gospel music" (corruptela de "Godspell", "palavra de Deus") ou de "spiritual", acompanhadas pelo piano ou órgão nas igrejas evangélicas. Naturalmente, ora alguém cantava sozinho, ora se adotava o esquema chamada-e-resposta - que repercutiria mais tarde em clássicos do rock como "What I'd Say" de Ray Charles
ou "I'm Down" dos Beatles.
Por sinal, várias composições de Ray Charles (nascido em 1930) são meras adaptações de clássicos spirituals, como "Talkin' 'Bout You" e "This Little Girl Of Mine" (nascidas "Talkin' Bout Jesus"
e "This Little Light of Mine", aqui interpretado por Bruce Springsteen.
E a maior voz evangelista do Gospel é Mahalia Jackson (1911/1972).
A influência negra sobre o rock também se faz notar em gestos e gritos herdados dos rituais de vudu e na deturpação linguística conhecida como "Black English", quando se diz, por exemplo, "ain't", "dis", "tuff", "sho", "she do" em vez de "isn't", "this", "tough", "sure" ou "she does", talvez por influência africana, à qual também se devem alterações linguísticas interessantes como o verbo "to dig" no sentido de "curtir" e "entender", talvez por influência do verbo "degan", que significa "entender" em dialeto wolof. Yadig?
O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com sua música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi "beber" o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley.
Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã.
Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), de Los Angeles, tocam música cristã, ou Gospel.
Grandes espetáculos se organizam por todo o país e cada vez mais emissoras de rádio criam programações gospel. Hoje o prêmio Grammy, considerado o Oscar da música, inclui a categoria gospel, além da música cristã premiar seus talentos com o Prêmio Dove Awards.
Na música cristã internacional destacam-se atualmente Michael W. Smith, os grupos Vineyard, Hillsong Music Australia, Kirk Franklin; e nos anos 90, os ministérios Hosanna!, Maranatha; as bandas Petra, Guardian, Bride; as cantoras Amy Grant, Crystal Lewis, entre outros.
Banda Petra
Ainda na vertente metal, surgiram bandas como: Tourniquet e Mortification que elevaram o "metal gospel" à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.
O cenário do "rock cristão" teve como grande nome e destaque a banda Petra, (já mostrada acima), dos Estados Unidos, umas das pioneiras do estilo em todo o mundo.
Sem dúvida Elvis Presley foi um dos maiores divulgadores desse gênero musical durante todo o século 20. Elvis adorava esse tipo de música, inclusive, tanto quanto rock, blues, R and B, country e música erudita.
Desde a década de 50 ele já incorporava em seus álbuns e canções algumas influências desse gênero tipicamente americano. Como exemplo podemos citar, o acompanhamento vocal do grupo gospel "The Jordanaires", logo depois, no final da década de 60 até o começo da década de 70, vieram os "The Imperials" e durante a mesma década os "The Stamps", com a participação de J.D. Sunmer e até mesmo um grupo vocal feminino de nome "Sweet Inspirations" e de outra cantora chamada "Kathy Westmoreland".
Elvis lançou quatro álbuns gospel; Peace In The Valley em 1957, His Hand in Mine em 1960, How Great Thou Art em 1967, considerado um dos "divisores de águas" em sua carreira e He Touched Me em 1972. Para se ter a real noção do que Elvis representou para o gospel americano, ele ganhou três grammys por suas interpretações gospel, em 1967, 1972 e 1974. Já em 2001 ele entrou para o "Hall da fama" do gospel, deixando para sempre marcado o seu nome nesse gênero musical americano tão importante e influente.
Entre os seus sucessos gospel estão, "Peace in the Valley",
"Crying in the Chapel", sucesso mundial em 1965,
"How Great Thou Art" entre outras.
Muitos o consideram um dos maiores intérpretes desse gênero tipicamente sulista nos EUA.
Enquanto nos países latino-americanos a religião católica apostólica romana, com seus muitos santos, possibilitou um sincretismo com o politeísmo dos escravos negros e, portanto, uma aculturação mais rápida destes, nos EUA o rígido Protestantismo herdado dos ingleses atrasou essa aculturação entre os brancos e negros norte-americanos. Mas no fim do século XVIII os negros já cantavam hinos protestantes europeus - só que incrementados com as "blue notes" que caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido, tranformando estes hinos em canções religiosas negras, que acabaram rotuladas de "gospel music" (corruptela de "Godspell", "palavra de Deus") ou de "spiritual", acompanhadas pelo piano ou órgão nas igrejas evangélicas. Naturalmente, ora alguém cantava sozinho, ora se adotava o esquema chamada-e-resposta - que repercutiria mais tarde em clássicos do rock como "What I'd Say" de Ray Charles
ou "I'm Down" dos Beatles.
Por sinal, várias composições de Ray Charles (nascido em 1930) são meras adaptações de clássicos spirituals, como "Talkin' 'Bout You" e "This Little Girl Of Mine" (nascidas "Talkin' Bout Jesus"
e "This Little Light of Mine", aqui interpretado por Bruce Springsteen.
E a maior voz evangelista do Gospel é Mahalia Jackson (1911/1972).
A influência negra sobre o rock também se faz notar em gestos e gritos herdados dos rituais de vudu e na deturpação linguística conhecida como "Black English", quando se diz, por exemplo, "ain't", "dis", "tuff", "sho", "she do" em vez de "isn't", "this", "tough", "sure" ou "she does", talvez por influência africana, à qual também se devem alterações linguísticas interessantes como o verbo "to dig" no sentido de "curtir" e "entender", talvez por influência do verbo "degan", que significa "entender" em dialeto wolof. Yadig?
O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com sua música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi "beber" o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley.
Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã.
Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), de Los Angeles, tocam música cristã, ou Gospel.
Grandes espetáculos se organizam por todo o país e cada vez mais emissoras de rádio criam programações gospel. Hoje o prêmio Grammy, considerado o Oscar da música, inclui a categoria gospel, além da música cristã premiar seus talentos com o Prêmio Dove Awards.
Na música cristã internacional destacam-se atualmente Michael W. Smith, os grupos Vineyard, Hillsong Music Australia, Kirk Franklin; e nos anos 90, os ministérios Hosanna!, Maranatha; as bandas Petra, Guardian, Bride; as cantoras Amy Grant, Crystal Lewis, entre outros.
Banda Petra
Ainda na vertente metal, surgiram bandas como: Tourniquet e Mortification que elevaram o "metal gospel" à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.
O cenário do "rock cristão" teve como grande nome e destaque a banda Petra, (já mostrada acima), dos Estados Unidos, umas das pioneiras do estilo em todo o mundo.
ELVIS PRESLEY E O GOSPEL
Sem dúvida Elvis Presley foi um dos maiores divulgadores desse gênero musical durante todo o século 20. Elvis adorava esse tipo de música, inclusive, tanto quanto rock, blues, R and B, country e música erudita.
Desde a década de 50 ele já incorporava em seus álbuns e canções algumas influências desse gênero tipicamente americano. Como exemplo podemos citar, o acompanhamento vocal do grupo gospel "The Jordanaires", logo depois, no final da década de 60 até o começo da década de 70, vieram os "The Imperials" e durante a mesma década os "The Stamps", com a participação de J.D. Sunmer e até mesmo um grupo vocal feminino de nome "Sweet Inspirations" e de outra cantora chamada "Kathy Westmoreland".
Elvis lançou quatro álbuns gospel; Peace In The Valley em 1957, His Hand in Mine em 1960, How Great Thou Art em 1967, considerado um dos "divisores de águas" em sua carreira e He Touched Me em 1972. Para se ter a real noção do que Elvis representou para o gospel americano, ele ganhou três grammys por suas interpretações gospel, em 1967, 1972 e 1974. Já em 2001 ele entrou para o "Hall da fama" do gospel, deixando para sempre marcado o seu nome nesse gênero musical americano tão importante e influente.
Entre os seus sucessos gospel estão, "Peace in the Valley",
"Crying in the Chapel", sucesso mundial em 1965,
"How Great Thou Art" entre outras.
Muitos o consideram um dos maiores intérpretes desse gênero tipicamente sulista nos EUA.